BE acredita que em maio "seja possível não ter estado de emergência"
Catarina Martins deixou a ressalva para a existência de "novos surtos" no futuro e, dessa forma, "o país deve estar preparado para viver com outros mecanismos, sem recorrer ao estado de emergência".
© Global Imagens
Política Catarina Martins
As três principais figuras políticas do nosso país - Presidente da República, primeiro-ministro, e presidente da Assembleia da República - assim como líderes partidários, sindicais e patronais, tal como conselheiros de Estado, reuniram-se nesta quarta-feira, e pela quarta vez, com epidemiologistas para analisarem a situação epidemiológica em Portugal, antes da iminente renovação do estado de emergência.
À saída, em declarações aos jornalistas, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que o estado de emergência não deve ser prolongado por muito mais tempo, uma vez que "seria absurdo" e "existem outros mecanismos para combater esta pandemia".
"O estado de emergência não se pode prolongar, quando deixar de ser necessário, até porque seria absurdo, e estamos a falar de uma situação que suspende direitos constitucionais, daí que só se deva implementar este estado em situações excecionais", começou por dizer.
"Pode haver até novos surtos e o país deve estar preparado para viver com outros mecanismos, sem recorrer ao estado de emergência", reforçou Catarina Martins, fazendo um balanço da situação sanitária atual do país.
"É certo que o número de infetados em Portugal continua a crescer, apesar de termos menos internamentos e menos pessoas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). Se por um lado tudo indica que não é possível aliviar as medidas de contenção, por outro lado chegámos à conclusão que elas estão a funcionar e possivelmente serão abrandadas dentro de pouco tempo", referiu a coordenadora do Bloco de Esquerda, deixando uma palavra de agradecimento a quem está na linha da frente.
"Gostaria de deixar uma palavra de ressalva a todos os profissionais de saúde que têm estado na linha da frente, assim como todos os profissionais de elementos essenciais à nossa vida. Todavia, deixo uma palavra para os lares, que estão a ser gravemente atingidos por esta pandemia. Aqui há focos de infeção, problemas de sobrepopulação. Há necessidade de mais sítios de acolhimento para receber estes infetados. Há uma necessidade de requerer instituições fechadas para apoiar estes lares", ressalvou Catarina Martins, antes de numerar as dificuldades económicas de várias famílias portuguesas.
"Em segundo lugar, visto que continuará a existir medidas de contenção à circulação de pessoas, o contexto atual leva-nos a pensar no problema de muitas famílias que estão com graves problemas económicos. Estas medidas terão um forte impacto na vida das pessoas. Temos de alargar a resposta social e económica.. Amanhã a Associação de Acionistas da EDP prepara-se para distribuir 700 milhões de euros, quando esse valor é o que gasta em 10 anos de tarifa social, sendo que a tarifa social foi chumbada na semana passada. Não podemos continuar a permitir que estas tarifas continuem a ser implementadas e distribuídas pelos seus acionistas, quando há famílias a passar por extremas dificuldades.Temos de pôr as medidas de sensatez em prol de quem mais precisa e está mais vulnerável", rematou Catarina Martins.
(notícia atualizada às 17h41)
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