"Todos sabemos que este não é o momento nem o tempo de levantarmos as restrições. Mas é tempo de refletir o estado de emergência que temos e aquele que precisamos para colocar Portugal na senda da sua verdadeira libertação", considerou hoje o deputado único do Chega, no debate que decorreu hoje no parlamento, sobre a renovação do estado de emergência.
O atual estado de emergência "promete liquidez às empresas e menos burocracia", sublinhou André Ventura, para depois contrapor que o Estado é o maior devedor líquido de alguns fornecedores "e um dos maiores da União Europeia".
O deputado do Chega acusou ainda o Estado de lucrar com a crise pandémica, uma vez que "não tira IVA aos materiais de proteção que têm que ser comprados, por exemplo, pelas autarquias" e criticou o uso da Força Aérea para o transporte de presos dentro do território nacional.
Por último, e apesar de ter sido alertado pelo Presidente da Assembleia da República que o tema não estava na ordem do dia, André Ventura voltou a insurgir-se contra as celebrações do 25 de Abril no parlamento, criticando a posição tomada pela maioria da Assembleia da República.
Do hemiciclo ouviam-se frases como "não venha, fique em casa".
Na quarta-feira, a conferência de líderes decidiu que a Assembleia da República vai realizar a sessão solene do 25 de Abril com apenas um terço dos deputados e "alguns convidados", que estarão nas galerias.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 629 pessoas das 18.841 registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.