Pandemia tem "deixado a nu" o pouco que ganham os profissionais de saúde

O deputado bloquista considera que quem tentar "desenterrar o debate da austeridade" deve ser combatido.

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Mafalda Tello Silva
21/04/2020 15:48 ‧ 21/04/2020 por Mafalda Tello Silva

Política

Moisés Ferreira

Após ter sido noticiado que os profissionais não tinham recebido o aumento salarial de 0,3%, o deputado Moisés Ferreira, da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), deixou várias críticas a este atraso e denotou que há cada vez mais vozes a "aproveitar o momento para recuperar a lengalenga da austeridade". 

"Os profissionais de saúde precisam de valorização salarial e profissional e não de recauchutados discursos de austeridade", começou por afirmar o deputado numa reflexão divulgada, esta terça-feira, nas redes sociais. 

Considerando que "os profissionais de saúde já deveriam estar a receber este mês o seu salário com o aumento previsto no OE2020" e que "não deveria ter havido nenhum erro informático que impedisse isso", o parlamentar diz não haver "sequer discussão possível" sobre como este aumento salarial  "tem de ser pago o mais rapidamente possível com retroativo a janeiro deste ano".

Contudo, Moisés Ferreira refere que existe "uma questão mais funda" que emerge desta situação: "Rui Rio já disse que o PSD não quer aumentos salariais para ninguém, o PS tem recusado a atribuição de um subsídio de risco aos profissionais de saúde e há cada vez mais a sair da toca para aproveitar o momento para recuperar a lengalenga da austeridade". 

Para o bloquista, a pandemia tem "deixado a nu" o quão pouco ganham os profissionais de saúde portugueses. "Aqueles que tantos dizem estar na linha da frente, aqueles a quem tantos dizem agradecer e bater palmas ganham pouco, trabalham muito, estão expostos a riscos acrescidos e desempenham funções insubstituíveis", sublinhou, recordando que há "assistentes operacionais com 600 euros de salário, enfermeiros e TSDT com 1.200". 

"A lição a retirar dos tempos que vivemos não é o regresso da austeridade e o castigo dos funcionários públicos. A lição a retirar dos tempos que vivemos é que o Serviço Nacional de Saúde precisa de ser reforçado e os seus profissionais precisam de ter carreiras e salários que esteja de acordo com a imprescindibilidade das suas funções", declarou. 

Ainda na opinião do deputado, os profissionais de saúde devem "ter subsídio de risco e incentivos à exclusividade para combater a necessidade do pluriemprego".

Por fim, Moisés Ferreira ainda deixa uma mensagem a todos os "que tentam desenterrar o debate da austeridade": "Estiveram enganados no passado, estão enganados agora e devem ser combatidos, em primeiro lugar pelos heróis da epidemia que ainda vivemos, os profissionais de saúde". 

Recorde-se que durante a conferência diária de acompanhamento da pandemia da Covid-19 em Portugal de hoje, o secretário de Estado da Saúde lamentou o atraso do aumento salarial dos profissionais de saúde garantindo que a situação será devidamente regularizada no próximo mês, com retroativos, "como é óbvio ao dia 1 de janeiro". 

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