Antes, pelas 10h00, António Costa estará presente na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, em que intervirão o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, os representantes dos partidos e que será encerrada com um discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, desta vez, por causa da pandemia de covid-19, a residência oficial do primeiro-ministro estará fechada ao público.
"O 25 de Abril deve ser celebrado, mesmo este 25 de Abril, tão diferente dos outros", escreveu hoje o primeiro-ministro na sua conta pessoal na rede social Twitter.
O #25deabril deve ser celebrado, mesmo este 25 de abril, tão diferente dos outros. Como é tradição, a Residência Oficial do Primeiro-Ministro abre as suas portas amanhã, via online, para que os cidadãos entrem nesta casa que é de todos.#25abrilemsaobento#25deAbrilSempre pic.twitter.com/prRm3syw1N
— António Costa (@antoniocostapm) April 24, 2020
António Costa acrescentou que, "como é tradição, a residência oficial do primeiro-ministro abre as suas portas" no sábado, "via online, para que os cidadãos entrem nesta casa que é de todos".
Depois da mensagem do primeiro-ministro, pelas 15h35, está prevista uma visita guiada à mostra "Design em São Bento", e às 16h30 passa um vídeo da Companhia Hotel Europa com a peça "Agora que não podemos estar juntos", tendo depoimentos de pessoas que resistiram à ditadura, focado nas relações amorosas e na esperança de liberdade.
Criada especificamente para as comemorações do 25 de Abril em 2020, a obra foi criada pela Companhia Hotel Europa, tendo sido em grande parte gravada nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, onde tradicionalmente se realizam comemorações da "Revolução dos Cravos".
Através de uma conversa por via digital, a agência Lusa falou com o criador artístico André Amálio e com três dos quatro diretores artísticos dos teatros nacionais de São Carlos, São João e D. Maria II, e da Companhia Nacional de Bailado, que responderam ao desafio de serem curadores do projeto lançado por António Costa para festejar os 46 anos da revolução.
Segundo os curadores, a obra em vídeo "Agora Que Não Podemos Estar Juntos" faz parte de um díptico que inclui ainda um espetáculo que será apresentado futuramente, quando os portugueses puderem novamente festejar juntos, e onde serão os próprios protagonistas a contar as suas histórias.
No filme, a Hotel Europa - companhia portuguesa que se tem dedicado à pesquisa de teatro documental - convidou artistas das áreas do teatro, música e dança, a interpretam testemunhos reais para refletir sobre a história portuguesa recente.
"Podemos recordar essa revolução quase mágica, que não provocou vítimas, as forças de resistência, o amor, e a esperança que, tal como então, hoje nos podem ajudar a ultrapassar esta situação tão difícil", salientou André Amálio.
No centro da reflexão vai estar "a forma como estas relações foram capazes de sobreviver à perseguição do Estado Novo, ao mesmo tempo que estavam na base da sustentabilidade dessa mesma luta política".
A resistência à ditadura será abordada neste vídeo sob diversos prismas e contará com testemunhos de pessoas que estiveram na clandestinidade, mas também das que fizeram parte dos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas e de pessoas que estavam a fazer a sua luta no exílio.
"Agora Que Não Podemos Estar Juntos", criação da Companhia Hotel Europa, tem curadoria de Elisabete Matos, Sofia Campos e Tiago Rodrigues, em conjunto com o diretor artístico do Teatro Nacional São João, Nuno Cardoso.
Como o Palacete de São Bento não vai poder, este ano, abrir as portas para a celebração do 25 de Abril, haverá visitas guiadas online, nas mesmas plataformas digitais, às mostras de arte contemporânea e de design português que atualmente ocupam a residência oficial.