No debate quinzenal com o primeiro-ministro, no parlamento, Jerónimo de Sousa centrou as suas perguntas a António Costa nos problemas laborais e do combate ao surto epidémico.
E questionou se o "Governo vai ou não passar aos quadros quem entrou" no Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde março para responder às necessidades de resposta à pandemia.
Na resposta, o chefe do executivo, que estimou em 2.450 o número de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos), não se comprometeu de forma taxativa, mas avançou com um desejo: "Aquilo que desejamos é manter estes recursos ao serviço do SNS."
O secretário-geral dos comunistas ficou sem resposta a mais um par de desafios feitos a António Costa, para, por exemplo, saber se o Governo "vai impedir os despedimentos", ou declarar nulas as decisões nesse sentido desde março, como o PCP vem defendendo nos últimos dois meses.
O primeiro-ministro optou por responder com argumentos já usados no debate quinzenal de há duas semanas, por exemplo, com o reforço de meios e de inspetores da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).
Jerónimo de Sousa recordou que o seu partido já apresentou um plano de emergência para a saúde, de reforço do SNS, para a "recuperação de listas de espera" sem que "seja necessário recorrer aos privados", mas este foi uma questão a que Costa também não deu resposta.
A última pergunta do líder dos comunistas foi sobre os transportes em empresas privadas e a falta de condições para se manter o distanciamento social, afirmando que "de pouco vale" as sanções com multas se há autocarros a circular "completamente cheios", questionando o que pretende o executivo fazer para garantir a segurança dos cidadãos.
António Costa prometeu agir para que os transportes cumpram a sua função "em condições de segurança" e acrescentou que, após a redução das tarifas, adotada pelo Governo antes da crise pandémica, é preciso não "perder a confiança que as pessoas ganharam nos transportes públicos".