Poucos minutos depois de o Presidente da República publicar uma nota de esclarecimento sobre a polémica do momento, o ministro das Finanças garante, ao semanário Expresso, que "a crise foi ultrapassada", sem mais nada acrescentar.
O ministro das Finanças não terá gostado das afirmações proferidas ontem pelo Presidente da República sobre o Novo Banco e, por isso, terá solicitado ao primeiro-ministro a reunião de urgência que se realizou em São Bento, com a intenção de apresentar a sua demissão.
António Costa acabou por 'serenar os ânimos' e no final do encontro reafirmou a sua "confiança pessoal e política" no ministro de Estado e das Finanças, num encontro em que, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, "ficaram esclarecidas" as questões relativas à transferência de 850 milhões de euros destinados ao Novo Banco.
E o ministro Mário Centeno mantém-se no Governo, embora, tudo indique, que estará a prazo e que no próximo mês de junho, abandonará o elenco governativo.
Em causa, recorde-se, está a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco.
Esta operação ocorreu na véspera do debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento e, quando Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, questionou sobre o assunto, António Costa respondeu que tal só iria acontecer depois de se conhecerem os resultados da auditoria em curso ao banco. Afinal, o líder do Governo não tinha sido ainda informado, facto pelo qual pediu desculpa ao BE.
Os 850 milhões de euros foram transferidos para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.
[Notícia atualizada às 15h50]