André Silva assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, antes de o Governo tomar decisões sobre a segunda fase de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de covid-19.
No início da sua intervenção, o porta-voz do PAN quis falar da atualidade política nacional e considerou que houve "responsabilidade política não só do Governo mas também do Presidente da República ao criarem, de facto, uma crise, uma eventual crise política com a saída do ministro das Finanças, que se anteviu, num cenário que não era de todo desejável, porque neste momento aquilo de que o país precisa é de estabilidade política".
Questionado se responsabiliza o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e entende que o ministro das Finanças agiu bem, André Silva respondeu: "Independentemente das razões que existam ou não, esta é uma crise que foi alimentada em grande parte pelo senhor Presidente da República quando, de facto, a situação interna no Governo estaria a ser resolvida. E, de facto, o senhor Presidente da República não esteve bem, como não esteve o Governo".
De acordo com André Silva, contudo, "esta é uma história que já existe desde as legislativas" e sabe-se "há muitos meses" que Mário Centeno "está a prazo, quer ir para o Banco de Portugal", possibilidade que o PAN rejeita.
Para o PAN, "pessoas que tenham ocupado lugares na banca comercial ou no Governo devem passar por um período de nojo mínimo de cinco anos até ocuparem um lugar na administração do Banco de Portugal", afirmou.
Sustentando que Centeno há de sair "dentro de um mês ou de dois meses", o porta-voz e deputado do PAN desafiou o PSD a esclarecer se concorda ou não que o ministro das Finanças assuma o lugar de governador do Banco de Portugal, algo que o próprio "já terá combinado com o senhor primeiro-ministro desde o ano passado".