Numa conferência de imprensa, na sede do BE, em Lisboa, na qual apresentou medidas, tanto para o Orçamento Suplementar como para a recuperação económica, com o objetivo de recuperar emprego e proteger salários, Catarina Martins referiu-se ainda a recentes surtos em Lisboa e Vale do Tejo.
"Alguns destes surtos estão relacionados com trabalhadores deslocados que trabalham para empresas intermediárias, empresas de trabalho temporário e de outro tipo de subcontratação. Muitos destes trabalhadores deslocados estão a habitar e a ser transportados em condições que, na verdade, são determinadas pelas próprias empresas", explicou.
Assim, a líder do BE instou as autoridades não só a "fiscalizar as condições nos locais de trabalho", mas também "a forma como estas empresas transportam os trabalhadores e as condições em que estes trabalhadores estão a habitar".
"Como sabem são trabalhadores que estão deslocados das suas famílias, das suas residências habituais", explicou.
O plano de resposta específico para travar focos de infeção de covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo é de 7.000 testes diários, podendo totalizar até 49 mil "nesta primeira semana" de testagem, avançou na segunda-feira o Governo.
Na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, afirmou então que a Região de Lisboa e Vale do Tejo merece nesta fase uma "especial atenção" devido ao "número muito significativo de casos" de infeção por SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19.
De acordo com os dados da DGS de segunda-feira, havia mais 200 infetados no país, 193 dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Esta situação na região levou o Governo, na semana passada, a atrasar a passagem para a terceira fase de desconfinamento de algumas atividades na Área Metropolitana de Lisboa, ao contrário do restante país.