António Costa fez este elogio à forma como Marcelo Rebelo de Sousa pretende comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, numa entrevista que concedeu em São Bento à TVI e que foi conduzida pelos jornalistas Sérgio Figueiredo e José Alberto Carvalho.
Confrontado com o facto de o chefe de Estado ter limitado as comemorações à presença simbólica de oito convidados, António Costa referiu que "o Presidente da República exerceu o seu direito e o seu poder para definir quais as regras do 10 de Junho", tendo consultado o Governo.
Segundo o primeiro-ministro, o Presidente da República "quis dar um sinal de sobriedade especial na comemoração deste 10 de Junho, não só por razões de saúde pública, mas também porque o país vive um momento particularmente emotivo".
"Entendo que a decisão do Presidente da República de celebrar o 10 de Junho com uma enorme de sobriedade é um gesto de respeito por todos e que é muito importante", salientou.
O primeiro-ministro disse depois que "chegará um momento em que se consagrará um dia de luto nacional de homenagem a todos os que sofreram e têm sofrido - muitos deles numa fase muito difícil onde até a assistência aos funerais era extremamente difícil".
"Acho que temos de ter respeito por este momento que o país vive de sofrimento pela doença, pela situação económica e pela situação social", reforçou o primeiro-ministro.
Ainda sobre a cerimónia do Dia de Portugal deste ano, António Costa disse não pretender ser "porta-voz", mas assumiu a sua convicção pessoal de que o Presidente da República "quis com esta forma excecionalmente sóbria de celebrar o 10 de Junho sinalizar, quer o respeito por quem está de luto ou se encontra a sofrer, quer relembrar a todos que, apesar desta fase de desconfinamento, ainda não se pode voltar ao normal".
"Um dos fatores de maior risco são as festas covid. Há aqui uma coisa perigosa: Como os mais jovens foram ouvindo que têm menores efeitos de contaminação, sentem menor risco - uma sensação que é extremamente perigosa", vincou.
No plano interno do Governo, António Costa foi questionado na parte final da entrevista se Mário Centeno ainda é o ministro de Estado e das Finanças ou se já foi "colocado em lay-off".
"Tenho a certeza de que ele é o ministro de Estado e das Finanças. Não tenho a menor das dúvidas. Hoje tive a oportunidade para verificar que é ministro de Estado e das Finanças porque estive dez horas com ele durante a reunião do Conselho de Ministros", respondeu António Costa, recorrendo ao humor.
Questionado sobre quanto mais tempo será Mário Centeno ministro das Finanças, o líder do executivo contrapôs que todas as pessoas "estão a prazo na vida a partir do momento em que nascem".
"E todos nós estamos a prazo nas funções que exercemos. Quanto tempo vai estar em funções como diretor de informação da TVI?", perguntou o primeiro-ministro, dirigindo-se a Sérgio Figueiredo.
"Eu não tenho mandato", ripostou o jornalista.
Neste ponto, António Costa apenas aproveitou para dizer que "não haverá qualquer mudança no Governo que seja secreta".
"Se houver remodelação seja de quem for, isso não será segredo. Acham que se consegue mudar um ministro das Finanças em segredo?", questionou o primeiro-ministro dirigindo-se aos jornalistas e retomando um registo de humor nas suas respostas.