Rui Rio questionou esta segunda-feira os critérios usados pelo Executivo socialista para permitir "ajuntamentos" de esquerda. "Funerais, futebol, missas, discotecas, desporto em geral, não! Comícios e manifestações de esquerda, sim!", apontou numa publicação feita no Twitter. "Esperemos que o vírus entenda aquilo que mais ninguém consegue entender", acrescenta.
No sábado, milhares de portugueses saíram em rua em manifestações contra o racismo nalgumas cidades portugueses, em solidariedade para com outras ações do género que evocam a morte de George Floyd, um cidadão afro-americano de 46 anos que morreu a 25 de maio, em Minneapolis (EUA), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção.
Nesta manifestação, muitos usaram máscara, mas o distanciamento social imposto pela prevenção da Covid-19 esteve bastante longe de ser cumprido.
Situação que mereceu recados da diretora-geral de Saúde e da ministra Marta Temido. Graça Freitas alertou, por exemplo, que as pessoas não devem juntar-se, mesmo que estejam a usar máscara, uma vez que este equipamento não dá imunidade. Já a ministra da Saúde disse rever-se nos motivos das manifestações mas apelou ao cumprimento das regras de distanciamento e pediu civismo.
No domingo, o PCP organizou um comício, em Lisboa, com lugares marcados e distância entre os militantes, muitos deles de máscara, no jardim Amália Rodrigues, no alto do parque Eduardo VII, contra a perda de direitos em tempos de pandemia.
Qual será o critério para o Governo permitir ajuntamentos? Funerais, futebol, missas, discotecas, desporto em geral, não! Comícios e manifestações de esquerda, sim! Esperemos que o vírus entenda aquilo que mais ninguém consegue entender.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) June 8, 2020