"Estamos preocupados e entendemos que é altura de o Governo tornar público qual é o plano que tem para o controlo deste surto, que está manifestamente fora do seu controlo", afirmou a deputada Ana Rita Bessa em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa.
A deputada do CDS manifestou "preocupação com a situação objetiva e factual que se regista na Área Metropolitana de Lisboa, quanto aos novos contágios por covid-19", uma vez que "há mais ou menos um mês que cerca de dois terços dos novos casos se têm registado consistentemente nesta região".
"E sobre isto o Governo tem dito essencialmente três coisas, primeira é que este surto não tem que ver com o desconfinamento, a segundo é que está relacionado apenas com a maior testagem e a terceira é que está essencialmente controlado", elencou.
De seguida, Ana Rita Bessa acusou o Governo de ter vindo a tomar "iniciativas contraditórias nesta matéria".
"Por um lado, abre a região de Lisboa e Vale do Tejo, juntamente com todo o restante país, quando o RT, a taxa de reprodução do contágio, era maior que um, ao mesmo tempo que faz isso suspende a atividade assistencial nesta região. Ao mesmo tempo que suspende a atividade assistencial, abre os centros comerciais e, ao mesmo tempo que continuam a aumentar diariamente os novos casos, anuncia a final da Liga da Champions em Lisboa", criticou.
Por isso, o CDS-PP endereçou hoje uma pergunta à ministra da Saúde "para saber com é que o Governo vê esta situação neste contexto" e "que medidas pensa tomar concretamente, para além da criação do gabinete de controlo regional, que essencialmente reporta os casos do ponto de vista de saúde pública".
Na declaração que fez, a deputada Ana Rita Bessa aproveitou também para apresentar condolências à família do médico infetado com covid-19, que faleceu na quinta-feira no Hospital de São José, em Lisboa, estendendo-as "à comunidade médica".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 454 mil mortos e infetou mais de 8,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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