A reunião física, inicialmente prevista para Berlim, não foi possível devido à pandemia provocada pela Covid-19, e esta terça-feira a chanceler alemã, o primeiro-ministro português e o homólogo esloveno reuniram-se por videoconferência.
Depois da experiência de 2007, "quando formaram a primeira Presidência do Trio de sempre, a Alemanha, Portugal e a Eslovénia assumirão a liderança do Conselho da União Europeia nos próximos 18 meses". O arranque, no próximo dia 1 de julho caberá à Alemanha, que será seguida de Portugal em janeiro de 2021 e da Eslovénia em julho de 2021.
Neste encontro, em que a Covid-19 'não ficou à porta', os três países identificaram os temas e as prioridades comuns para, em trio, trabalharem "para uma rápida recuperação económica e social, construindo uma Europa mais resiliente", lê-se em comunicado enviado pelo gabinete de António Costa às redações.
Acreditando "firmemente" nos pilares da UE - democracia, direitos humanos, Estado de direito e dos modelos de sociedade aberta -, que "constituem a base da liberdade, da segurança e da prosperidade europeias", os três chefes de Governo destacaram, neste encontro, a "necessidade de retirar as lições certas" da crise que atravessamos, no sentido de "trabalhar em prol de uma Europa mais forte, mais sustentável, mais competitiva e mais coesa" no pós-Covid.
Reuni hoje com a Chanceler Angela Merkel e o PM Janez Janša. Debatemos o papel do Trio de Presidências Alemanha-Portugal-Eslovénia na resposta à crise atual, a importância da rápida aprovação do orçamento e do fundo de recuperação da UE, bem como a relação futura UE-Reino Unido. pic.twitter.com/zUFJiS8Q1m
— António Costa (@antoniocostapm) June 23, 2020
Também definidas ficaram as prioridades para que esse rumo seja seguido pela UE e os seus Estados-membros. A "recuperação da economia europeia" deve "dar prioridade às transformações verde e digital, reforçar a autonomia estratégica da UE e as suas capacidades para enfrentar crises como as pandemias e os ciberataques". Não menos importante é o "combate às alterações climáticas" e "a promoção da digitalização da União Europeia com o objetivo de reforçar a soberania digital estarão entre as suas prioridades comuns".
No contexto global, e "com vista a reforçar o papel da Europa no mundo", os três chefes de Governo reafirmaram o "objetivo comum de fortalecer a capacidade da UE para moldar a política mundial, tornando-a uma voz forte na defesa de uma ordem mundial multilateral baseada em regras e aprofundando a cooperação com parceiros-chave". Entre eles, 'o trio' destaca, em comunicado enviado às redações, a necessidade de uma "abordagem comum para as relações (...) com a China e a Índia, de uma agenda UE-África orientada para o futuro e de um compromisso contínuo com os nossos parceiros transatlânticos", e o "processo de alargamento aos Balcãs Ocidentais".