Ana Gomes recorreu ao Twitter, esta quinta-feira, para comentar os "ataques" que considera que Marta Temido está a ser alvo nestes últimos dias. "Está a parecer-me concertado demais o ataque de vários quadrantes a Marta Temido. Pelos que sempre precisam de arranjar bodes expiatórios para a sua própria leviandade e in/acção", começou por escrever a ex-eurodeputada.
Em seguida, deixa uma questão: "Vai António Costa cair na esparrela bolsonerista de mudar de ministro da saúde no meio da pandemia???"
De recordar que o vice-presidente do PSD, David Justino, considerou esta quarta-feira, na TSF, que a ministra da Saúde não tem condições para continuar no cargo, uma visão rejeitada pelo presidente do PS, que classificou a ação de Marta Temido como "positiva e atenta".
No programa da rádio 'Almoços Grátis', David Justino considerou que "há muito tempo que a ministra da Saúde não reúne as condições para continuar no cargo", justificando com a "desorientação" e falta de sintonia entre os vários responsáveis da área que tutela.
"Já tivemos oportunidade de falar da dessintonia e da contradição entre vários responsáveis, a começar na diretora-Geral da Saúde, na ministra, no secretário de Estado, mais o responsável da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que 'não diz a bota com a perdigota'. É uma confusão que permite transformar uma pandemia quase num pandemónio", argumentou.
Está a parecer-me concertado demais o ataque de vários quadrantes a Marta Temido. Pelos q sempre precisam de arranjar bodes expiatórios p/ a sua própria leviandade e in/acção. Vai @antoniocostapm cair na esparrela bolsonerista de mudar de ministro da saúde no meio da pandemia????
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) July 2, 2020
Esta visão foi contrariada pelo presidente do PS, para quem Marta Temido tem tido "um desempenho compatível com aquilo que se esperaria de um ministro da saúde nestas circunstâncias". Para Carlos César, "em termos globais, a sua ação tem sido positiva e atenta nas questões que dependem do seu ministério".
Ao comentar as críticas do presidente da Câmara de Lisboa às autoridades de saúde regionais, o presidente do PS assinalou que os autarcas "não são uma espécie de sindicatos de opinião" nem devem "agir como se fossem apenas vigilantes", embora reconhecendo que é fundamental garantir um maior grau de eficiência e prontidão das autoridades no terreno.
Medina afirmou que número de infetados se deve a "más chefias"
Fernando Medina fez críticas às autoridades de saúde regionais, afirmando no espaço de comentário da TVI24, na passada segunda-feira, que o aumento do número de infetados por Covid-19 na região se deve a "más chefias" e à falta de profissionais no terreno. "Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos", disse o autarca a propósito do grande número de novas infeções por Covid-19 na região de Lisboa, nas últimas semanas.
A ministra da Saúde recusou-se, no dia seguinte, a comentar críticas do presidente da Câmara de Lisboa sobre a gestão da pandemia de Covid-19 na região, mas disse compreender a preocupação de todos no momento atual.
"Compreendo a preocupação que todos temos neste momento com a necessidade de interromper cadeias de transmissão na Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo nos concelhos que estão a ser mais afetados pela incidência da doença", disse, em declarações à Lusa.
Já ontem, na 'Grande Entrevista', da RTP, Marta Temido considerou que a situação de Lisboa e Vale do Tejo nos deixa em "sobressalto, que não nos deixa estar tranquilos", mas recusou a ideia de que a pandemia esteja descontrolada.