BES: Rio lamenta demora da justiça. Mas acusação "é melhor do que nada"

O presidente do PSD reiterou hoje as críticas à morosidade da justiça no caso BES, mas considerou que haver acusação "é melhor que nada", confessando que a sua esperança de conseguir reformar este setor é "cada vez mais pequena".

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Lusa
16/07/2020 16:20 ‧ 16/07/2020 por Lusa

Política

Rui Rio

 

No final de uma reunião com o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), na sede nacional do PSD, a propósito da acusação do caso BES, Rui Rio foi questionado se ainda mantém a esperança de que seja possível fazer a reforma da justiça que tem defendido na atual legislatura e admitiu o seu desencanto com o sistema partidário para esta e outras alterações estruturais.

"Infelizmente vejo como muito, muito difícil no quadro partidário que temos em Portugal conseguir qualquer reforma, eu esforço-me, aliás é a principal razão pela qual estou neste cargo", salientou.

"A minha esperança existe porque é a última a morrer, mas é cada vez mais pequena porque não vejo vitalidade no sistema partidário, pelo contrário está cada vez mais fechado. Qualquer coisa que se queira mudar é sempre um 31, porque os interesses instalados, seja na política seja fora dela, são uma coisa tremenda", lamentou.

O presidente do PSD foi questionado sobre as críticas que já tinha lançado na quarta-feira no Twitter aos seis anos que demorou a ser conhecida a acusação no processo que envolve o Banco e o Grupo Espírito Santo e também sobre o alegado financiamento à campanha do ex-Presidente da República Cavaco Silva.

Sobre a campanha presidencial do antigo líder do PSD, Rui Rio disse não acreditar que tenha havido financiamento por parte de qualquer empresa, uma vez que esse é proibido há muitos anos por lei.

"Fui das primeiras pessoas em Portugal, talvez a primeira, a tentar proibir isso", salientou.

Quanto à acusação conhecida na terça-feira, o líder do PSD saudou que o processo judicial tenha tido uma acusação, mas lamentou os seis anos que demorou a ser conhecida, sugerindo que talvez tivesse sido mais fácil ir deduzindo várias acusações à medida que os factos iam sendo apurados, e anteviu ainda "muitos anos" antes da conclusão.

"Fazer uma investigação a sério, seguramente, ainda bem que há acusação e que espero que esteja bem feita e sustentada ao fim deste tempo todo, era absolutamente inadmissível que semelhante situação como a do BES que tanto prejudicou Portugal - já disse e repito que é o maior crime de colarinho branco que houve em Portugal - passar impune", disse.

"Agora se demorar anos também não é a melhor forma, mas é melhor que nada, pelo menos quem está no sistema percebe que alguma coisa pode acontecer", acrescentou.

 

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