O Conselho Europeu aprovou na terça-feira um acordo para a retoma da economia comunitária pós-crise da Covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros. O Bloco de Esquerda (BE) aponta críticas a este documento e apresenta três áreas políticas de "intervenção prioritária".
Defendeu, esta quarta-feira, Catarina Martins que este acordo deveria configurar "uma solução comum para dar uma resposta equilibrada e justa".
"O acordo alcançado pelo Conselho Europeu para a resposta à crise pandémica fica aquém do que foi anunciado e do que é necessário, criando novas tensões entre os estados-membros", referiu Catarina Martins, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
Ao invés disso, "depois deste Conselho Europeu, e da chantagem acrescida sobre o nosso país, torna-se ainda mais escandaloso e insustentável que as maiores empresas se mantenham sediadas na Holanda, pagando lá os impostos que faltam cá".
A líder bloquista destacou ainda a aprovação de um mecanismo de controlo no acesso aos fundos, que "potencia a chantagem e a ingerência de países com economias beneficiadas pela moeda única sobre aqueles países que as regras do euro prejudicam".
Será, por isso, necessária "toda a determinação para defender quem aqui trabalha e o Bloco de Esquerda não faltará a esse caminho", assegurou.
Com efeito, o Bloco "identifica como prioritárias três áreas políticas para responder às vulnerabilidades económicas e sociais, potenciadas pela pandemia". A primeira, refira-se, diz respeito ao "apoio aos despedidos e outras vítimas da crise".
A segunda medida pretende contrariar a "facilitação do despedimento e a precariedade", que "criaram uma situação de enorme desproteção para quem trabalha". Assim, "é urgente a proibição de despedimentos em empresas com lucros".
É ainda essencial, destacou a parlamentar, "o reforço dos serviços públicos, do SNS às escolas públicas, sem esquecer os equipamento sociais de apoio a pessoas dependentes".