"A epidemia exige escrutínio público e político e é natural que os partidos, nomeadamente a oposição, queiram fazer esse escrutínio, mas exige também muito sentido nacional. Eles que pensem um bocadinho que, se fossem Governo, teriam de enfrentar muitos fatores imprevisíveis", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado respondia a perguntas da comunicação social após visitas a três unidades hoteleiras lisboetas para avaliar o setor do turismo, a convite da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
"O Governo que pense também um bocadinho em como é importante informar a oposição acerca dos seus pontos de vista sobre matérias tão importantes como a abertura do próximo ano letivo, os dados dos exames serológicos sobre a imunidade da sociedade portuguesa e a própria antevisão, que é difícil, daquilo que se pode passar lá fora e cá dentro", disse.
Sobre o eventual regresso das sessões com epidemiologistas no Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "cabe ao Governo no momento que entender adequado", depois de "terminado o mês de agosto que é o mês mais morto" repensar um modelo de informação ao país.
Esse novo modelo, continuou, serviria "não tanto para informação dos deputados porque isso pode ser feito no parlamento, mas para informação do país".
Marcelo apontou para a existência de meios digitais que permitem o acesso dos cidadãos às sessões "mesmo não intervindo", sendo essa uma hipótese que pode ser ponderada, "para não haver dúvidas sobre o que se disse lá dentro".
Questionado sobre o estado do setor hoteleiro no país e os efeitos da organização da 'Liga dos Campeões' (UEFA Champions League) na capital, o presidente adiantou que "a animação tem sido limitada" e "num número determinado de unidades hoteleiras".
Apontando que alguns hotéis passaram de 0% para apenas "30 ou 40%" de ocupação", Marcelo adiantou que o setor sente uma evolução mas que esta depende "de tanto fator imprevisível cá dentro e lá fora que tem que ser gerido permanentemente".