JS Seixal escreve carta aberta contra Avante! e pede que PCP recue
A 'jota' socialista diz-se preocupada com o impacto que o evento comunista irá ter na população local e deixa severa críticas à decisão do PCP, questionando os motivos pelos quais o partido quer realizar a Festa do Avante!.
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Política Avante!
A Juventude Socialista do Seixal divulgou, esta terça-feira, uma carta aberta na qual se manifesta contra a realização da Festa do Avante!, que decorre a partir da próxima sexta-feira até domingo, na Quinta da Atalaia.
Alertando que o evento comunista "poderá ter consequências graves na saúde dos cidadãos portugueses", com especial incidência na população do Seixal, é pedido no texto que o PCP "recue" na decisão da realização do evento "em nome da saúde de todos". Caso a festa se realize os jovens socialistas recomendam aos cidadãos, "o afastamento das imediações".
Na carta, o secretariado da 'jota' do PS quer também deixar "destacada a sua preocupação devido ao concelho do Seixal ser o destino de dezenas de milhares de pessoas, numa altura em que se enfrenta uma pandemia, a qual só por si, deveria levar o PCP a ter em consideração a não realização deste tipo de eventos". Mais, para os jovens socialistas, tendo em conta o recente aumento do número de casos de Covid-19 no país, os comunistas revelam "uma total desconsideração e irresponsabilidade, seja por aqueles que têm idealizado ir ao evento, seja principalmente pelos munícipes do Seixal".
"Desde março aos dias de hoje, no concelho do Seixal, foram confirmados 945 casos positivos de Covid-19, destacando-se por ser o segundo concelho do Distrito de Setúbal com mais casos detetados", é argumentado.
Para a JS, esta é uma matéria de "bom senso e de saúde publica", e se o partido tivesse "preocupação pela comunidade, nunca teria colocado em questão a realização de algo assim". "Mais ainda, perante a iminência da realização da Festa do Avante!, surgem, oportunamente, diversas questões no âmbito político-partidário. Uma vez que o PCP irá realizar diversas atividades políticas no presente ano, como o congresso interno do partido, para militantes e acesso gratuito, qual será a relevância ou sentido político para a realização de um evento cujas consequências poderão ser devastadoras?", atira ainda a 'jota'.
Apontando que os congéneres comunistas de Espanha e França "tiveram a lucidez necessária e que se impunha" para cancelaram os "respetivos festivais", a JS conjetura também sobre o impacto que o evento irá ter na vida dos mais novos: "Prevê-se a obstrução nos meios de transporte que os jovens irão utilizar na sua deslocação, bem como também a limitação do estacionamento nas ruas, colocando estes jovens em risco de contágio acrescido de forma desnecessária".
Por fim, os jovens socialistas deixam um rol de perguntas dirigidas ao PCP e ao presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santo, referentes ao impacto e às regras sanitárias de prevenção do novo coronavírus, com a realização da Festa do Avante! no Seixal. Entre estas, desatacam-se as seguintes questões: "Quais as medidas preparadas para a realização dos exames nacionais na escola Secundária da Amora, nas imediações da Quinta da Atalaia?"; "Sabiam que o Hospital Garcia de Orta já tem dois planos desde Julho? Um pré avante e outro pós avante? Qual será o motivo?" e " Quais serão as repercussões futuras que poderão afetar a saúde?Que consideração terá o PCP para com os nossos profissionais de saúde?".
A 44.ª edição da Festa do Avante!, que se realiza entre 4 e 6 de setembro, só vai ter lugares sentados nos diversos espetáculos, incluindo no maior e principal palco denominado 25 de Abril, segundo o Plano de Contingência ontem divulgado pelo PCP.
A organização da Festa do Avante! "tem a responsabilidade" de aplicar várias medidas para reduzir o risco de infeção e para a saúde pública por propagação da doença Covid-19 durante o evento, afirma o parecer da DGS ontem divulgado.
No seu parecer técnico sobre a realização da Festa do Avante! deste ano, a DGS refere que a tipologia do evento "acarreta diferentes riscos" e a organização "tem a responsabilidade de aplicar medidas de redução de risco e de cumprir, promover e garantir o cumprimento da legislação vigente aplicável, bem como das normas, orientações e recomendações da DGS, durante todo o período de duração do evento, atendendo ao risco existente de infeção por Sars-Cov-2 e ao risco para a saúde pública por propagação da doença Covid-19".
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