"Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas"

A ministra defendeu que as escolas são um dos locais mais seguros para as crianças e jovens, neste momento. Entrevistada por Miguel Sousa Tavares, Mariana Vieira da Silva desvalorizou o ajuntamento verificado ontem à porta do Santuário de Fátima e não quis comentar a integração de António Costa na comitiva de honra de Luís Filipe Vieira.

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Mafalda Tello Silva
14/09/2020 22:38 ‧ 14/09/2020 por Mafalda Tello Silva

Política

Mariana Vieira da Silva

No dia em que grande parte dos estabelecimentos de ensino em Portugal abriu portas para dar início ao novo ano letivoMariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, defendeu, esta segunda-feira, que as escolas são dos locais mais seguros para as crianças e os jovens portugueses, em tempos de pandemia

"As escolas estão a trabalhar desde de julho para receber as crianças e os jovens. (...) Para muitas crianças do nosso país, o sítio mais espaçado, mais seguro e limpo é a escola. Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas", argumentou a governante em entrevista com Miguel Sousa Tavares, no 'Jornal das 8', da TVI24, quando confrontada com o facto da Fenprof ter garantido hoje que a maioria dos estabelecimentos de ensino ainda não tinha as condições necessárias para abrir portas

Sublinhando que as escolas receberam, recentemente, um "reforço significativo de assistentes operacionais, professores, técnicos, psicólogos", Mariana Vieira da Silva admitiu que é sempre possível "entrar num debate de que 'se tivéssemos mais podia ser melhor', mas que, contudo, "o mundo não funciona assim".

"Portanto, aquilo que consideramos [Governo] é que estamos a fazer o esforço necessário e que estamos a estabelecer as regras necessárias para garantir a segurança de todos e esse trabalho foi feito em proximidade com as escolas e com as autoridades de saúde", relembrou também a ministra, reiterando que a mensagem do Executivo para este regresso às aulas é de "segurança". 

Ainda sobre o início do ano letivo e o regresso de muitos portugueses ao trabalho presencial, a ministra frisou que é necessário haver a "consciência de que estamos a viver uma evolução mais negativa da pandemia", mas reafirmou a confiança do Governo em que a passagem para o estado de contingência é suficiente, neste momento, para garantir a segurança dos portugueses em contexto pandémico

"Sempre dissemos que tomaríamos todas as medidas necessárias e nunca mais que as necessárias porque vivemos na necessidade de ter um equilíbrio entre o controlo da pandemia e o deixar que a economia funcione. É nesse equilíbrio que temos estamos a trabalhar", sustentou. 

Sobre a peregrinação de 13 de outubro a Fátima - depois de ontem o Santuário ter fechado portas devido ao elevado e inesperado número de crentes a quererem entrar no recinto -, Mariana Vieira da Silva recordou que o Executivo "não tem legitimidade para proibir eventos políticos ou religiosos".

Mais, para a governante, até ao momento, a atuação e postura da Igreja Católica, quanto ao respeito das normas de prevenção contra a Covid-19, tem sido exemplar. "Não se pode apontar à Igreja católica nada que não seja uma extrema colaboração em todas as cautelas necessárias, encerrando todas as atividades praticamente antes do tempo que tal foi estabelecido", defendeu. 

A decisão de bloquear a entrada de mais peregrinos após o ajuntamento verificado ontem demonstra, segundo a ministra, um sinal de segurança para o futuro por parte da Igreja Católica. "Foram fechadas as entradas a partir daquele momento. É isso que se tinha de fazer", sustentou, revelando, ainda assim, que o Executivo socialista estará atento à situação. 

Por fim, lembrando que o Bloco de Esquerda (BE) afirmou que só viabilizaria o Orçamento do Estado para 2021 se o Governo não avançasse com mais dinheiro para o Novo Banco, Miguel Sousa Tavares perguntou a Mariana Vieria da Silva como via a integração de António Costa na Comissão de Honra do candidato à presidência do Benfica, Luís Filipe Vieira, "um dos maiores devedores do Novo Banco"

"O primeiro-ministro disse hoje que essa foi uma escolha que fez a título individual e não enquanto governante. Isso significa que não me cabe a mim comentar essa decisão enquanto ministra e, portanto, não o farei", respondeu.

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