Normalmente são conhecidos os candidatos e só depois o apoio dos partidos a cada um. Mas, Passos Coelho já parece ter definido o perfil do candidato que irá apoiar nas próximas eleições presidenciais e que consta na moção que levará ao XXXV Congresso do PSD.
Fora das suas opções estará um candidato que seja “protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”. Ao DN, fonte da direção social-democrata assume que está descrição pode assentar no perfil do professor e comentador Marcelo Rebelo de Sousa.
Apesar de Marcelo não ter assumido qualquer candidatura a Belém, nunca excluiu essa hipótese, justificando que se por “dever moral” entender que deve fazê-lo, não abdicará de tal.
Melhor colocado no seio ‘laranja’, segundo um alto dirigente do PSD em declarações ao DN, está o ex-autarca do Porto, Rui Rio. “Está bem colocado nos índices de notoriedade e os quatro mandatos na Câmara do Porto deram-lhe uma projeção como um político competente e sério”, comenta o social-democrata.
Uma afirmação que já converge com o perfil traçado por Passos para um candidato presidencial. “O Presidente deve comportar-se como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos” mas, acrescenta na moção, “também não pode colocar-se contra os partidos ou os governos como se fosse apenas mais um protagonista político na disputa política geral”.
Neste sentido, o texto da moção de Passos refere-se à atuação do atual Presidente da República, cavaco Silva, como um exemplo de um chefe de Estado que “tem desenvolvido uma ação de cooperação estratégica e institucional com os governos constitucionais e com os outros órgãos de soberania que vai ao encontro do desejo de os portugueses o verem a desempenhar um papel construtivo e positivo”.