A comparação causou algumas risadas durante a manhã do segundo dia de debate do orçamento, no parlamento, depois de o deputado Duarte Pacheco ter dito que o PS e o Governo andaram na "pesca à linha" de apoios para um orçamento que é uma "mão cheia de nada" e serve, acusou, para "preservar o poder".
O OE2021, sintetizou, em linguagem gastronómica, é "um prato especial, tão especial que ninguém consegue perceber o que tem", embora tenha dito que "tem falta de transparência, dados misturados entre medidas novas e antigas para baralhar" e uma lista de medidas que "já foram prometidas, mas nunca foram executadas".
E faltam, afirmou, medidas destinadas às empresas, prometendo, na sua leitura, que "não se aumentam impostos" e que, com isso, os "empresários já deveriam ficar felizes".
Se o PSD usou linguagem gastronómica, a deputada do CDS Cecília Meireles recorreu ao ilusionismo para criticar o orçamento "oculto", em resposta ao socialista Fernando Anastácio, que acusou a direita de ter um "orçamento oculto", que passa pela austeridade.
É um orçamento "oculto em coisas fundamentais", acusou, como, por exemplo, "o impacto orçamental das medidas covid-19" tanto nas contas de 2020 como de 2021.
A essa questão o ministro das Finanças não deu resposta, mas fê-lo ao PSD ao dizer que os sociais-democratas dizem que este OE2021 "dá o que tem e não tem, mas depois é preciso cortar nos aumentos de pensões para dar às empresas" ou ainda que "não se pode aumentar o salário mínimo nacional".
À alegação de que faltam medidas para as empresas, o ministro realçou que há "mais 4 mil milhões de euros para as empresas a fundo perdido",
André Ventura, do Chega, afirmou não saber se este é um orçamento 'vegan', mas qualificou-o de "orçamento mais fraco da história do PS", dado que, por exemplo, reduz as verbas para os municípios em tempos de combate à pandemia.
E concluiu que os partidos que vão abster-se fazem-no porque "têm medo de ir a eleições".