Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD e presidente da Câmara de Ovar, voltou a criticar a estratégia do Governo para travar a pandemia no país, momentos após o primeiro-ministro ter anunciado as novas medidas excepcionais aprovadas, ontem, em Conselho de Ministros.
Num texto divulgado nas redes sociais, o social-democrata começou por recordar que Ovar já sentiu "na pele medidas restritivas muito apertadas" durante a primeira vaga da epidemia, na qual esteve sob cerca sanitária.
Agora, com "mais 120 concelhos, no país, nas mesmas condições" que Ovar, o autarca sublinhou que não há 'solidariedade que conforte': "O que nos preocupa, a sério, é o facto de quem está a gerir a pandemia, em termos nacionais, não demonstrar planeamento, preparação, estratégia e coragem! Estão a gerir na espuma dos dias".
Mais, para o vice do 'partido laranja', o Executivo socialista não aprendeu "nada" em sete meses de pandemia. "Precisamos de profissionais de saúde, no terreno, a telefonar e a rastrear contactos de risco. Precisamos de profissionais de saúde, a fazer inquéritos epidemiológicos. Precisamos de capacidade de testagem, para testar quem precisa de ser testado em tempo útil. E precisamos de isolar infectados e não infectados para quebrar as cadeias de contágio. E o que é que o Governo preparou e anunciou sobre essa matéria? NADA!", sublinhou.
Concluindo, para o presidente de Ovar, as novas medidas são "dúbias" e "mais parecem meras recomendações e orientações". "Por vezes, é preferível dar um passo atrás, para depois avançar com os dois pés. Infelizmente tememos o pior", concluiu.
O Conselho de Ministros aprovou, este sábado, a resolução que renova a situação de calamidade em todo o território nacional continental, das 00h00 do dia 4 de novembro até às 23h59 do dia 15 de novembro. Contudo, face à situação epidemiológica que se verifica no país, alargam-se a 121 concelhos as medidas especiais que tinham sido estabelecidas para os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira. "Mais de 240 casos por 100 mil habitantes" é o critério que define as zonas de risco, detalhou o primeiro-ministro em direto do Palácio da Ajuda.
O primeiro-ministro ainda revelou ontem que solicitou uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa para lhe transmitir a posição do Conselho de Ministros acerca de uma eventual declaração do Estado de Emergência aplicável aos concelhos classificados como de maior risco, sendo que, entretanto, o chefe de Estado anunciou que irá receber António Costa, na segunda-feira de manhã e, ao longo do dia, os nove partidos com assento parlamentar.
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