Congresso do PCP: "É uma controvérsia entre o bom senso e a falta dele"
Marques Mendes considera que é um "erro político desnecessário" a decisão do PCP de manter o congresso do próximo fim de semana. "Vai ser mais uma machadada na credibilidade do PCP, do Governo e da política em geral", sublinha.
© Orlando Almeida/Global Imagens
Política Congresso PCP
Na universo da política portuguesa, o XXI congresso do PCP continua a estar em foco. Um dia depois do primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado as medidas que vão vigorar no novo período de Estado de Emergência, que se vai iniciar às 00h00 desta terça-feira, mantém-se inalterada a decisão do Partido Comunista de realizar o seu congresso no próximo fim de semana.
Este domingo, no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, Luís Marques Mendes, insistiu que “a questão do congresso do PCP existir ou não existir não é uma questão legal, é uma questão política”.
“Não é uma questão legal porque a lei não permite proibir, aí o primeiro-ministro tem razão. Portanto, é uma questão política porque pode ser adiado por iniciativa própria, sem ser uma imposição”, constatou Marques Mendes, que de seguida afastou a ideia de que esta é uma polémica entre a Esquerda e a Direita.
“É uma polémica, mas não é uma controvérsia entre a Esquerda e a Direita. Diria que é uma controvérsia entre o bom senso e a falta dele. Se tivéssemos num país com uma dose elevada de equilíbrio e bom senso isto resolvia-se a bem”, salientou o comentador.
Para Marques Mendes, a decisão do PCP de não adiar o congresso é um “erro político desnecessário”. O antigo dirigente social-democrata sugeriu que se Jerónimo de Sousa e o PCP adiassem o evento “toda a gente iria compreender e ia aplaudi-los”.
Assim, lamentou, esta “vai ser mais uma machadada na credibilidade do PCP, do Governo e da política em geral”.
A terminar, Marques Mendes referiu que António Costa “podia fazer um apelo ao Partido Comunista para adiar o congresso”. “Acho que é esta parte que falta. Devia fazer um apelo, tal como fez aos patrões e aos empresários para não haver laboração nas vésperas dos feriados”, assinalou, acrescentando que o que está “em causa é uma questão de percepção, de que não há filhos e enteados”.
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