Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, a líder bloquista foi questionada sobre a possibilidade de o plano de reestruturação da transportadora aérea portuguesa ser debatido e votado na Assembleia da República.
O ex-líder do PSD e comentador televisivo Luís Marques Mendes afirmou no domingo, no seu espaço de comentário semanal na SIC, que o Governo quer que o plano de reestruturação da TAP seja discutido e votado na Assembeia da República, depois de aprovado em Bruxelas.
"Veremos qual é a intenção do Governo, não cabe ao Bloco de Esquerda comentar comentadores", respondeu, considerando "estranho que um plano seja aprovado em Bruxelas antes de ser aprovado em Portugal".
Catarina Martins adiantou que "hoje mesmo, a Isabel Pires, a deputada do Bloco que acompanha a situação na TAP, estará reunida com vários dos sindicatos da TAP".
"Temos estado reunidos com os representantes dos trabalhadores, consideramos até que um plano de restruturação que não ouça os trabalhadores não pode servir também a empresa", frisou.
A coordenadora garantiu igualmente que o partido vai continuar "a fazer este trabalho de estudo aprofundado da situação da TAP" e vai "trabalhar com os sindicatos sobre essa matéria".
Perante a insistência dos jornalistas, Catarina Martins recusou alargar-se "mais considerações antes desta ronda de reuniões" que considerou "essencial", remetendo comentários sobre a possibilidade de o plano ser apreciado no parlamento para o "momento em que a questão se puser".
Na quarta-feira, centenas de trabalhadores da TAP concentraram-se em frente à Assembleia da República, em Lisboa, a pedir diálogo e transparência, no âmbito do processo de reestruturação do grupo.
A iniciativa foi promovida pelo movimento "os números da TAP têm rosto", sem qualquer ligação aos sindicatos que representam os trabalhadores da companhia aérea, na sequência de notícias sobre despedimentos e cortes salariais que têm sido anunciados.
O plano de reestruturação da TAP tem que ser apresentado à Comissão Europeia até quinta-feira, sendo uma exigência da Comissão Europeia pela concessão de um empréstimo do Estado de até 1.200 milhões de euros, para fazer face às dificuldades da companhia, decorrentes do impacto da pandemia de covid-19 no setor da aviação.