A cimeira Chefes de Estado e de Governo, em Bruxelas, já terminou e António Costa falou aos jornalistas, começando por reiterar a importância de o Conselho de Europeu ter chegado a acordo para a 'bazuca' e orçamento europeu e por admitir que, mais do que "aliviado", está "entusiasmado" com a mesma.
"Mais do que aliviado, vejo com entusiasmo porque acho que aquilo que todos estamos a precisar é de ter instrumentos para enfrentar esta crise e, neste momento, confluem dois instrumentos fundamentais para podermos enfrentar a crise. Hoje é credível que a ciência conseguiu desenvolver uma vacina, e que a indústria vai poder começar a disponibilizar essa vacina no início do ano, e vamos passar a ter a ferramenta fundamental para combater a pandemia e, por outro lado, temos também de combater a dimensão económica e social desta pandemia e, para isso, era fundamental dispormos deste programa de recuperação e resiliência", explicou o primeiro-ministro português.
Sobre o plano de vacinação contra a Covid-19, António Costa salientou a importância da "compra conjunta" das doses de vacinas, pelos 27 Estados-membros.
"Sugeri efetivamente que pudéssemos tentar coordenar o esforço para que arrancássemos todos no mesmo dia com o processo de vacinação. Para termos imunidade de grupo à escala da UE, não basta que um país alcance essa imunidade de grupo, é um esforço que tem de ser realizado simultaneamente em todos os Estados, e a melhor forma de todos o fazermos de uma forma coordenada é podermos arrancar todos ao mesmo tempo", disse, acrescentando que o processo pode ter início, no conjunto da UE, na primeira semana de janeiro, frisando que se trata de uma meta com que "todos se deviam comprometer" porque a Agência Europeia do Medicamento prevê licenciar a primeira vacina a 29 de dezembro.
Já questionado sobre o dia em que começa o plano de vacinação em Portugal, o primeiro-ministro afirmou que o dia 5 de janeiro, segundo dia útil de 2021, será "um ótimo dia" e a meta ideal para todos os países começarem a vacinar os seus cidadãos contra a Covid-19.
Quanto ao esquema de distribuição, António Costa garantiu que este está "devidamente articulado" e toda a cadeia logística está "devidamente identificada" para que a vacinação ocorra com sucesso.
"No nosso caso concreto, as Forças Armadas desempenharão um papel crucial na gestão de toda essa operação logística de forma a garantir que, conforme as vacinas vão chegando, elas vão sendo devidamente administradas de forma a assegurar, tão rapidamente quanto possível, a imunidade de grupo", frisou.
Para o fim ficaram as questões mais 'difíceis'. Sobre o plano de reestruturação da TAP e as declarações de Pedro Nuno Santos, que afirmou que queria levar a matéria a voto parlamentar, o primeiro-ministro não quis tecer comentários.
Já acerca da morte violenta de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF do Aeroporto de Lisboa., que tem deixado o ministro da Administração Interna 'debaixo de fogo', António Costa reforçou a sua confiança em Eduardo Cabrita. "Tenho total confiança", sublinhou, acrescentando que o ministro "fez o que lhe competia fazer".
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