"Esta não é a minha liderança e este não é o meu caminho, não só porque não tenha sido o que apresentei, mas porque sinceramente não acredito", afirmou João Almeida numa intervenção no Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos.
O deputado, que disputou a liderança do CDS no congresso de janeiro, afirmou que foi o derrotado na reunião magna, mas respeita a escolha dos democratas-cristãos, pelo que garantiu que não fará "nada para que as coisas corram mal" e "tudo para ajudar".
"Acho que o partido não precisa de oposição interna, mas precisa de alternativa, e é isso que continuarei a fazer", acrescentou.
Sobre os 11 meses de mandato do presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, o antigo secretário geral defendeu que "este primeiro ano de mandato não correu nada bem" e que "o partido está muito pior do que estava há um ano".
Na sua ótica, "isso não é culpa nem da pandemia nem da falta de dinheiro", e notou também ter tido de lidar com problemas financeiros do partido quando assumiu a Secretaria-geral, em 2007.
João Almeida considerou que o confinamento decorrente da pandemia poderia ter sido uma oportunidade para "fazer uma volta das bases virtual", para aproximar "dirigentes de bases", e ainda dar formação autárquica e política.
Sobre o futuro, o deputado considerou que o CDS deve recuperar o espaço e a agenda política, e que se tivesse optado por um "discurso de alternativa" e "afirmativo" sobrava menos espaço para os partidos que apareceram à direita do CDS.
O Conselho Nacional está reunido desde cerca das 11:00 de sábado, em videoconferência, e os conselheiros estão a analisar os resultados eleitorais das eleições nos Açores - onde o CDS passou a integrar o Governo - e a debater a situação política, económica e social do país.
Antes, os cerca de 200 conselheiros debruçaram-se sobre as eleições presidenciais e aprovaram a proposta da direção de apoiar a recandidatura do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.