À saída de São Bento, Francisco Rodrigues dos Santos considerou, esta sexta-feira, que as medidas que o Governo tem tomado para travar a pandemia "têm-se mostrado ineficazes e com um prejuízo evidente nesta economia".
"O CDS está muito alarmado com estes números escandalosos de infetados e de mortalidade que há três dias consecutivos o país tem registado", afirmou o líder dos centristas, apontando o dedo ao Executivo: "O Governo não tomou medidas em tempo útil e continua a correr atrás do prejuízo".
Francisco Rodrigues dos Santos deu o exemplo da necessidade de se realizar mais testes e o atraso de "milhares de inquéritos de saúde". Nesse ponto, o centrista lembrou que o CDS tem defendido "novos recursos humanos, incluindo o envolvimento das Forças Armadas para identificar as cadeias de transmissão".
O líder do CDS defendeu ainda que é preciso que os setores mais afetados pelas restrições sejam devidamente compensados. "Por tudo isto, o CDS altamente preocupado", vincou.
Francisco Rodrigues dos Santos advogou ainda que o país só vai conseguir dar uma resposta adequada a esta pandemia "quando se conseguir vacinar contra o preconceito ideológico deste Governo".
O líder do CDS disse que em cima da mesa estão dois cenários. Um confinamento geral exatamente idêntico àquele que tivemos a partir de março por um período de 15 dias, inicialmente. Ou, um confinamento mais do estilo daquele que tivemos a partir de maio".
Para o CDS, um confinamento geral só deve acontecer como "solução de último recurso".
Rodrigues dos Santos, que aguarda a evolução epidemiológica dos próximos dias, referiu ainda que há medidas que podem ser tomadas desde já.
"Há um conjunto de propostas que têm de ser implementadas com a máxima urgência e que o CDS há muito vem alertando", disse, dando o exemplo da "via verde de saúde para dar uma consulta, um exame, uma cirurgia, a todos os portugueses que esperam e desesperam porque não têm tratamentos médicos", mais equipas de rastreamento para fazer inquéritos de saúde e o envolvimento das Forças Armadas.
Cabe ao Governo assegurar que eleições decorrem "em segurança", diz CDS
Sobre a data das Presidenciais, Rodrigues dos Santos disse que os Açores foram um exemplo de como um ato eleitoral não prejudicou a situação pandémica. "Cabe ao Governo criar condições e afetar meios para que as Presidenciais possam decorrer com segurança", afirmou, dando sugestões de medidas como a criação de mais mesas de voto e estender o período de tempo eleitoral.
O Governo admitiu regressar a um confinamento mais geral depois de avaliada a situação epidemiológica com os especialistas, na sessão com especialistas no Infarmed, na próxima terça-feira.
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