Marisa Matias escolheu um encontro com algumas das antigas trabalhadoras da Triumph, que se realizou no Museu da Cerâmica, em Loures -- onde a fábrica estava instalada antes do encerramento -- para arrancar o primeiro dia da campanha oficial para as eleições presidenciais de 24 de janeiro.
Questionada sobre a forma como um confinamento geral devido à pandemia, a partir da próxima semana, poderá obrigar a alterar a campanha, a eurodeputada do BE afirmou que esta corrida eleitoral foi preparada depois de consultar especialistas e já percebendo que, muito provavelmente, nesta altura Portugal estaria "numa terceira vaga, que é o que se está a confirmar".
"Não necessitamos de anular arruadas, almoços ou jantares ou grandes comícios porque já não os tínhamos planeado, já não os tínhamos marcado. Tudo o que foi marcado, foi marcado no cumprimento estrito das regras sanitárias e protegendo as pessoas e é cumprindo essas regras que eu agora estou na rua para ouvir as pessoas porque a campanha também é para ouvir as pessoas", afirmou.
Defendendo que, mantendo as regras, "é preciso ouvir as pessoas durante esta campanha eleitoral", Marisa Matias sublinhou: "dentro de todas as limitações não podemos transformar campanhas em monólogos porque as campanhas servem para ouvir as pessoas".
Num cenário de confinamento geral, a recandidata a Belém adiantou que "se as pessoas não podem vir aos locais predefinidos", a bloquista poderá "ir ao encontro das pessoas", prometendo que é isso que fará para que, "cumprindo as regras", seja possível continuar a ouvir as pessoas.
"Eu sempre respeitei e respeitarei até ao último dia as recomendações dos especialistas e das autoridades de saúde. Não é a minha ideia que deixemos de respeitar. Adaptamo-nos às circunstâncias, é a nossa obrigação, é o nosso dever", reiterou.
Marisa Matias recordou que nunca fez nenhuma campanha sem ouvir as pessoas, esperando que nesta corrida presidencial aconteça o mesmo, apontando que as pessoas têm também nas campanhas "a oportunidade de ter voz, que muitas vezes não conseguem tê-la de outra forma".
O Presidente da República afirmou no sábado à noite, no debate com Ana Gomes, que não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana face ao constante aumento do número de casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal, no qual também assumiu que, no combate à covid-19, "falhou" o conjunto de medidas de atenuação das restrições no período do Natal.
"Em relação ao futuro, penso que não há alternativa ao confinamento geral", declarou o Presidente da República, que, neste contexto, se demarcou de uma solução de apenas serem confinados os cidadãos de grupos de risco.
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