Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião para analisar a evolução da situação epidemiológica em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, o secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, afirmou que a situação não se resolve "com o confinamento absoluto".
Para o líder do PCP, "são necessárias medidas de emergência", de carácter social e económico, de apoio aos trabalhadores e aos micro, pequenos e médios empresários.
Além disso, afirmou, o Governo deve evitar adotar "exclusivamente" medidas restritivas.
Questionado sobre o sentido de voto sobre o estado de emergência, Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP mantém o voto contra e foi isso que comunicou ao Governo e vai informar o Presidente da República quando hoje for ouvido sobre esse tema, por telefone, por Marcelo Rebelo de Sousa, que testou positivo à covid-19.
"Devem ser encontradas soluções que permitam que o povo se sinta preocupado, mas com confiança", disse.
Jerónimo de Sousa admitiu ser favorável a que se mantenham as aulas presenciais, apesar do confinamento e das divergências entre os especialistas sobre o assunto, dado que as escolas não são um "fator de dimensão alargada do surto e do seu agravamento".
Mais uma vez, defendeu uma maior articulação entre os ministérios da Saúde e da Segurança Social para se dar mais apoios aos lares de idosos, afetados por centenas de surtos que já causaram dezenas de mortos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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