CDS diz que confinamento está a ser "fiasco" e pede medidas mais severas
O presidente do CDS-PP defendeu hoje medidas mais apertadas para fazer face à pandemia de covid-19, criticando que o confinamento em vigor desde sexta-feira esteja a ser "um verdadeiro fiasco".
© GlobalImagens/Paulo Spranger
Política CDS
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos pediu ao Governo que implemente "medidas mais restritivas" e um "confinamento a sério", que reproduza "as regras em vigor durante o confinamento em março e abril".
"O que não pode acontecer é esta espécie de confinamento com mais exceções do que regras", criticou, argumentando que "nem protege saúde pública nem está a beneficiar a economia".
O líder democrata-cristão assinalou que, ao contrário do que aconteceu no início da pandemia, "os supermercados continuam a funcionar no horário normal", os serviços públicos "continuam a funcionar como se nada fosse", as escolas e universidades continuam abertas, bem como os tribunais, e os serviços religiosos são permitidos.
"Este é um confinamento igual ao primeiro, excetuando em quase tudo", frisou, notando que as pessoas não estão a cumprir, fazendo-se valer das exceções.
Assinalando que o Conselho de Ministro se reuniu hoje extraordinariamente, devendo aprovar novas medidas relacionadas com o confinamento, o presidente do CDS-PP salientou que esta reunião, poucos dias depois da primeira, acontece numa altura em que está "o caos instalado no país".
"A pandemia está descontrolada, o Serviço Nacional de Saúde está em rutura e este confinamento está a ser um verdadeiro fiasco", insistiu, salientando que "Portugal é o país no mundo com maior número de infetados por milhão de habitantes e o quarto classificado em número de mortos a cada 24 horas".
O líder centrista notou também que as filas de ambulâncias se acumulam "à porta dos hospitais, as camas estão a esgotar-se, existem milhões de consultas e tratamentos urgentes a ser adiados no SNS, e os médicos estão a ser confrontados com a escolha desumana" entre "quem é que vive e quem more".
"O Governo falhou por incapacidade de previsão e por inconsequência na ação" e "parece mais preocupado em conservar a sua popularidade do que em fazer o que está certo", criticou, salientando que "os erros do Governo estão a custar vidas", devem ser corrigidos "urgentemente".
Na sua ótica, o primeiro-ministro deve "assumir os erros e pedir desculpa ao país".
No que toca a medidas, Francisco Rodrigues dos Santos voltou a pedir a "revisão imediata do plano de vacinação para que os mais idosos sejam incluídos na primeira fase".
Pediu ainda que sejam "encerradas todas as escolas acima dos 12 anos, assim como as universidades", que seja "aumentada significativamente a capacidade de testagem de infetados e de todos os contactos" e sejam reforçadas as equipas de saúde pública e que os apoios cheguem às empresas "rapidamente e sem burocracias".
O líder do CDS-PP apelou ainda à contratualização de cuidados de saúde com o setor privado e social mediante o pagamento de uma "contribuição justa e aceitável", para dar resposta também aos doentes com outras patologias que não a covid-19, e que "estão a ser deixados para trás".
O Governo reúne-se hoje em conselho de ministros extraordinário, devendo aprovar novas medidas relacionadas com o confinamento devido à covid-19, disse à Lusa fonte do executivo.
No domingo, o Presidente da República admitiu um agravamento de medidas, considerando que o confinamento não está a ser levado a sério.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.028 pessoas dos 556.503 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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