António Costa participa, esta terça-feira, no primeiro debate do ano sobre política geral no Parlamento, numa altura em que a pandemia da Covid-19 atinge níveis máximos em Portugal e o Governo agravou as medidas para combater a doença.
O debate começou com o deputado do PSD Adão Silva a questionar o primeiro-ministro sobre a "situação de catástrofe" a que o país chegou.
Em resposta ao social-democrata, António Costa começou por reforçar que "vivemos seguramente dos momentos mais tristes, de maior dor e de maior sofrimento" e que este é um sentimento comum a todos os portugueses.
"A solidariedade que devemos para com cada uma das famílias enlutadas, para cada um dos doentes infetados, para com aqueles que estão isolados profilaticamente, é aquilo que nos deve impelir a todos a encontrar as melhores respostas para enfrentar esta pandemia", afirmou, recordando que a pandemia tem tido, ao longo do tempo, várias fases nos diferentes países e que, quando a imprensa estrangeira falou no "milagre português", alertou que era necessário "ter a serenidade de prever o que iria acontecer a seguir".
"Porque esta pandemia não tinha vindo para 15 dias, para três meses. Era mesmo uma maratona. Uma maratona muito dura (...). E esta vai exigir sempre que, simultaneamente, trabalhemos em duas dimensões fundamentais", disse, referindo-se ao reforço da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ainda sobre o combate à pandemia, o primeiro-ministro reiterou que "depende de cada um de nós" evitar o contágio e, assim, travar a pandemia. "Os portugueses foram extraordinários em março", realçou, acrescentando ter ainda a esperança que "de novo se vão mobilizar para travar esta 3.ª vaga".
Costa admite fechar escolas
Sobre o fecho das escolas, Costa admitiu que poderá fazê-lo a qualquer momento, se assim for necessário, mas que, por enquanto, vai mantê-las abertas.
"Neste momento, estamos a bater-nos para manter as escolas abertas, já que sabemos o enorme custo social que representa fechá-las. Na quarta-feira, vamos iniciar uma campanha de testes rápidos em todas as escolas, tendo em vista reforçar a segurança", anunciou, deixando, contudo, a possibilidade de encerrar os estabelecimentos de ensino em aberto.
"Se para a semana soubermos, se amanhã soubermos, se depois de amanhã soubermos, se daqui a 15 dias soubermos, por exemplo, que a estirpe inglesa se tornou dominante no nosso país... Muito provavelmente vamos ter mesmo de fechar as escolas e aí farei o que tenho de fazer, que é fechar as escolas", advertiu o chefe de Governo.
Antes de finalizar a sua reposta ao deputado do PSD, António Costa deixou claro que se tiver de recuar na opção de manter as escolas abertas, o fará, sem vergonha.
"E nessa altura, senhor deputado, poderá vir dizer que recuei, e eu com muito orgulho direi que recuei porque eu farei sempre em cada momento o que em minha consciência for adequado fazer (...). Neste momento é adequado proteger e garantir a educação desta geração. Quando a sobrevivência desta geração depender do encerramento das escolas é isso que será feito", rematou.
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