"Candidatura do socialismo democrático é unicamente a minha"
A candidata presidencial Ana Gomes defendeu hoje que a única opção para os que se reveem no socialismo democrático é votar em si no próximo domingo, reforçando o apelo de "sobressalto cívico" feito na quinta-feira por Francisco Assis.
© Pedro Pina/RTP
Política Presidenciais
Em Viana do Castelo, onde passou a última manhã de campanha, a candidata disse ter confiança de que, no domingo, os cidadãos "se vão mobilizar para ir votar e sentir o sobressalto cívico" de que falava o antigo eurodeputado socialista no único comício da campanha, "porque está em causa defender a democracia".
Questionada se espera sentir este sobressalto nos votantes socialistas, depois de o PS não ter dado indicação de voto nestas presidenciais, Ana Gomes reafirmou que se tem sentido bem acompanhada na campanha e deixou um último apelo.
"A candidatura do socialismo democrático que está a disputar estas eleições é unicamente a minha. Quem invoca ser do partido de Mário Soares, Salgado Zenha, Maria Barroso, Manuel Alegre, Jorge Sampaio e António Guterres obviamente que tem de votar na candidata do socialismo democrático, que sou eu e não o professor Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre se assumiu como candidato de direita", afirmou.
Ana Gomes dirigiu-se, em especial, aos que partilham "os valores da esquerda", para que se unam de forma a que sejam derrotados os que têm "projetos autoritários e de destruição de democracia", numa referência ao adversário André Ventura.
"Não queremos isso e vamos mostrá-lo no domingo com o voto", apontou.
Sobre o atual chefe de Estado e recandidato, lamentou que o desígnio que elegeu de erradicar os sem abrigo esteja ainda longe de cumprir.
"Estamos fartos de anúncios e estratégias grandiosas que depois não passam do papel", apelou.
Questionada sobre que desígnio nacional terá se for eleita para Belém, a candidata apontou "as reformas estruturais de que ao país precisa".
"Um país que cuida das pessoas e não deixa ninguém para trás e cuida dos mais vulnerais e que se reorganiza para repovoar o interior do país e que é relevante a nível europeu", apontou.
A candidata segue à tarde para Lisboa, onde terá, às 18:00, uma conversa online com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que deveria ser a última ação desta campanha.
No entanto, ao início da tarde chegou uma adenda da agenda - uma constante numa campanha que foi sendo construída dia a dia e até hora a hora - Ana Gomes encerrará a campanha pelas 21:00, com uma conversa online com estudantes, organizada pela Associação de Estudantes de Direito e Relações Internacionais da Universidade Portucalense.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina hoje. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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