"Era bom que as previsões de abstenção não se concretizassem. Acredito que os portugueses estão a fazer um esforço neste tempo de pandemia", afirmou Aníbal Cavaco Silva, após ter exercido o direito de voto numa secção em Lisboa, em declarações transmitidas pela CMTV.
O antigo chefe de Estado referiu que "estas eleições ocorrem num tempo anormal, um tempo de grande tristeza", em que a normalidade da vida está suspensa devido à covid-19, considerando que é "uma tragédia que leva a que o pensamento das pessoas, dos portugueses, esteja muito voltado para pandemia e haja pouco espaço para pensar seriamente as eleições".
"Mas é preciso lutar. Eu acabei de cumprir o meu dever cívico. Nós não podemos baixar os braços neste tempo tão difícil e, neste tempo tão difícil, de acordo com as informações, os portugueses estão a dar uma lição de grande civismo", declarou.
Cavaco Silva considerou que "era bom que as previsões de abstenção não se concretizassem", reiterando a ideia de que os portugueses estão a fazer um esforço para ir votar, apesar de "a dor e o sofrimento" da pandemia atingirem "muitos milhares".
No âmbito das eleições presidenciais, a mais alta taxa de abstenção foi registada na reeleição de Cavaco Silva, em 2011, quando 53,56% dos eleitores não votou, com o sufrágio de 2016 a ocupar o segundo lugar.
As urnas para as eleições presidenciais abriram hoje às 08:00 em Portugal Continental e na Madeira e uma hora depois nos Açores devido à diferença horária, encerrando às 19:00.
A afluência às urnas para a eleição do novo Presidente da República era, até às 16:00 de hoje, de 35,44%, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
Nas últimas eleições presidenciais, em 24 de janeiro de 2016, à mesma hora, a afluência foi de 37,69%.
Para o sufrágio de hoje estão inscritos 10.865.010 eleitores, mais 1.208.536 do que nas eleições presidenciais de 2016.
São sete os candidatos ao Palácio de Belém: Além do atual Presidente e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado pelo PSD e CDS-PP, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e antiga eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre).