Após ter sido anunciado que titulares de órgãos de soberania iriam ser vacinados contra a Covid-19, Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, considerou, esta terça-feira, "indefensável colocar todos esses políticos à frente dos mais idosos".
"Como referi à saída da última reunião na sede do Infarmed, se fosse abrangido por este direito prioritário à vacinação, cederia a minha vacina a um idoso", garantiu o líder partidário, numa mensagem partilhada, esta tarde, nas redes sociais.
Para Rodrigues dos Santos, esta decisão "é um péssimo exemplo ao país e um insulto aos que mais sofrem com esta pandemia", designadamente, aos "mais idosos, utentes dos lares, profissionais de saúde - tanto do público como do privado - e outros grupos de risco que ainda não foram vacinados".
O presidente do CDS sublinha ainda que defende a revisão imediata do plano de vacinação, posição que vocaliza "há muitas semanas", com o intuito de que "os mais idosos, acima dos 80 anos, sejam incluídos na primeira fase do plano".
"Hoje, mais do que nunca, é preciso cuidar de quem cuidou de nós, dos mais velhos, que estão a morrer como nenhum outro grupo etário, muitos deles sozinhos e sem um adeus", rematou.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso, os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
Segundo a mesma notícia, também a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público vão começar a ser vacinados na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa, terá já enviado as "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".
"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o DN teve acesso.
No texto, o primeiro-ministro pede a Ferro Rodrigues que especifique os deputados, bem como a lista nominativa dos funcionários daquele órgão, "que devam ser considerados prioritários nesta fase".
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