O coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
"Francisco Ramos sai e já sai tarde. A incompetência e desfaçatez já deviam ter tido consequências. Não conseguir definir e controlar os critérios de vacinação no próprio Hospital a que preside é só mais uma evidência da sua desadequação ao cargo. Fica, aliás, por saber se tal fracasso não justifica, também, o seu afastamento do Hospital da Cruz Vermelha", critica a Iniciativa Liberal numa posição oficial enviada à agência Lusa.
Para o partido representado no parlamento pelo deputado único, João Cotrim Figueiredo, "o importante é que o próximo coordenador da 'task force' seja escolhido pela competência e não pelos serviços prestados ao PS ou pela tendência para se meter na vida política ativa".
"O importante é que seja uma pessoa com capacidade técnica na saúde e de gestão logística, ambas fundamentais para o sucesso de um plano de vacinação", aponta.
Na perspetiva dos liberais, "é inaceitável que o planeamento de distribuição das vacinas não inclua uma metodologia de gestão das sobras", assegurando assim que não se desperdiçam doses não utilizadas e que "não há aproveitamentos oportunistas ligados a lógicas de proximidade profissional, pessoal, familiar ou partidária".
Em comunicado, o Ministério da Saúde esclareceu que a demissão de Francisco Ramos decorre de "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".
Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.
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