"Não vejo nada, nada, nada como desejável, face à situação que o país vive, agora uma grande crise [política]. Agora quando falam em governo de salvação nacional, é para situações que espero que não se chegue lá", defendeu Rui Rio em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa, no Porto, ao final da manhã,
Na quinta-feira, numa declaração ao país, após decretar a renovação de estado de emergência, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou cenários de crises políticas ou eleitorais ou de formação de governos de salvação nacional, referindo que essas ideias surgem "nalgumas vozes da opinião política".
"Tudo sem crises políticas. Tudo sem cenários de governos de unidade ou salvação nacional. Não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas ou eleitorais. Já nos bastam a crise da saúde e a crise económica e social", afirmou o chefe de Estado.
Sublinhando que sempre votou a favor do estado de emergência, Rui Rio considerou que o partido tem "obrigação" de dar ao Governo os instrumentos necessários para enfrentar uma crise pandémica.
"Eu sempre disse que aquilo que nós temos de mais indesejável, a somar à crise económica, à crise pandémica e à crise social, uma crise política. É por isso que a minha postura ao longo deste tempo,
"Se depois faz bem ou mal cá estamos para avaliar, mas nós temos de fazer isso. Não vamos boicotar o Governo não dando os instrumentos, rezando para que tudo corra mal, para depois podermos dizer mal do Governo", afirmou, salientando que, enquanto líder tem de ser firme e assumir as suas responsabilidades independentemente das "muitas críticas" que lhe tem vindo a ser feitas.
"Pese embora as muitas críticas que me fazem, quando nós estamos neste lugar é para nos mantermos firmes com sentido de responsabilidade e não irmos atrás de emoções e é por isso que tenho consciência e votei sempre a favor do Estado de emergência porque o país precisa do governo a governar e nós temos obrigação de dar ao governo os instrumentos que ele necessita para o fazer.
Questionado sobre a atuação da Ministra da Saúde, Marta Temido, Rio disse caber ao Governo fazer a avaliação do desempenho da ministra, decidindo ou não a sua continuidade no cargo.
Ao PSD, acrescentou, cabe avaliar o Governo como um todo.
O atual estado de emergência, renovado por mais 15 dias, vai estender-se até às 23:59 de 01 de março, aplicando-se as mesmas regras de confinamento.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.885 pessoas dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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