"O CDS desde o início da pandemia que vem defendendo que os pais que estão em teletrabalho e agora tem a responsabilidade acumulada de tomar conta dos seus filhos que estão com ensino à distância tem de ser apoiados a 100% pelo governo", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, em declarações aos jornalistas no final de reunião com empresários, no Porto.
Sublinhando as dificuldades em compatibilizar a vida profissional e familiar, "num contexto em que a família está toda confinada dentro de casa", o líder centrista considera que cabe ao Estado ceder todos os meios que facilitem a gestão da vida familiar.
"Nós somos um partido que sempre defendeu as famílias, enquanto núcleo essencial da nossa sociedade e acreditamos, que em tempos de excecionalidade devem ser dados todos os meios às famílias para puderem ter uma vida familiar normal, sem comprometer as responsabilidades ao nível profissional dos pais, nem penalizar a atividade escolar e as aprendizagens dos filhos e isso só se consegue se o Estado estiver disponível para dar esses mesmo apoios e facilitar a gestão da vida familiar", salientou.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, anunciou hoje que os pais com filhos na escola até ao final do 1º ciclo e as famílias monoparentais vão poder optar entre estar em teletrabalho ou receber o apoio à família.
Em conferência de imprensa após a reunião da Concertação Social, a governante explicou que vão passar a existir "três situações" em que essa opção [apoio à família] será possível, sendo uma delas o caso das famílias monoparentais, a dos pais que têm a cargo crianças "até ao final do primeiro ciclo" e ainda as famílias "em que haja a cargo uma pessoa dependente com deficiência igual ou superior a 60% de incapacidade".
A ministra explicou que estas alterações ao apoio à família, que esteve em vigor em 2020 e que foi reativado em janeiro devido ao encerramento das escolas, vão ser discutidas no Conselho de Ministros na quinta-feira e que o objetivo é que entrem em vigor "o mais depressa possível".
O apoio corresponde atualmente a dois terços da remuneração base do trabalhador, mas Ana Mendes Godinho afirmou que também aqui haverá mudanças: nos casos em que haja partilha do apoio entre os dois progenitores e também nas famílias monoparentais, o apoio passará a ser de 100%.
No final da reunião com empresários, o líder centrista foi ainda confrontado pelos jornalistas quanto às declarações "homofóbicas" proferidas pelo recém-eleito presidente do Tribunal Constitucional, João Caupers, num texto publicado em maio de 2010, aquando da promulgação pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tendo remetido uma posição ainda para o dia de hoje.
Leia Também: Porto. CDS reitera apoio a eventual recandidatura de Rui Moreira