O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, exigiu, esta segunda-feira, que o Governo defina critérios que determinem quando é que o país pode desconfinar.
"O CDS exige ao Governo a definição de indicadores objetivos que permitam o desconfinamento. Apesar de nas sucessivas reuniões no Infarmed o tema ter sido tratado, ficamos ainda hoje por saber quais são os indicadores de saúde pública que possibilitam o início do desconfinamento", afirmou o dirigente, em declarações aos jornalistas, após ter estado reunido com o Presidente da República, por videoconferência.
Mais. Para o líder centrista, o Governo deve começar a planear um desconfinamento "à semelhança daquilo que fez o governo britânico", que planeou entre 8 de março e 21 de junho "todas as regras e evolução das mesmas para esse período".
"O CDS exige do Governo um calendário transparente sobre a evolução das regras de saúde pública para os próximos três meses, para que se dê início a desconfinamento gradual na educação, nos contactos sociais, nos negócios, nos eventos e também nas viagens", declaro.
Ainda sobre o desconfinamento, o Francisco Rodrigues dos Santos voltou a referir que o CDS concorda que este comece no ensino para os alunos até aos 12 anos, visto que é um dos grupos etários menos afetados pela Covid-19 e porque ajudará a "aliviar a pressão" vivida hoje por muitas famílias.
Contudo, considerando que a maioria dos alunos irá manter-se em ensino à distância, o dirigente exigiu também que o Governo cumpra o que prometeu, designadamente, computadores para todos os alunos.
CDS quer mais apoios às empresas e critica plano de recuperação
Quanto à Economia, recordando que as medidas do desconfinamento serão faseadas, Rodrigues dos Santos informou também que "o CDS quer mais verbas, mais celeridade e menos burocracia na atribuição dos apoios às empresas", lembrando que, até ao momento, a pandemia "já consumiu 104 mil empregos".
O presidente centrista aproveitou ainda o momento para criticar a distribuição de verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência, apontando que 80% dos fundos vão para o setor público, ficando a sobrar "uma migalha" para apoiar o tecido empresarial português, "salvar postos de trabalho" e para "evitar insolvências".
"O Governo português decidiu esbanjar este dinheiro no setor público para agradar aos seus amigos e às suas clientelas habituais. É verdadeiramente preocupante", atirou.
O Presidente da República começou hoje a ouvir os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência.
Na quinta-feira, o Parlamento reúne-se para debater a provável renovação do Estado de Emergência, que deverá ter efeitos entre 2 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de Covid-19.
O atual período termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março.
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