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Jerónimo defende que país precisa "de outras medidas e outras soluções"

O PCP defendeu hoje que o país precisa de "outras medidas e outras soluções" no combate à covid-19, que passam pelo reforço da testagem, dos rastreios e vacinas, alertando para os impactos do confinamento na vida dos idosos.

Jerónimo defende que país precisa "de outras medidas e outras soluções"
Notícias ao Minuto

18:20 - 23/02/21 por Lusa

Política Covid-19

"O país precisa de outras medidas e de outras soluções. Medidas e soluções que passam por reforçar a testagem, garantir rastreios e vacinar rapidamente a população", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, numa sessão pública realizada no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, intitulada "Com o PCP -- melhores pensões, mais saúde, condições de vida dignas".

O líder comunista considerou que estas "são três medidas que não podem ser tomadas independentemente umas das outras", exigindo, por isso, "uma grande capacidade de organização e direção dos serviços e o investimento necessário na aquisição das vacinas, dos testes e na contratação dos profissionais que estão em falta para concretizar as medidas".

De forma a "não ficar refém das decisões da Comissão Europeia", Jerónimo defendeu "a aquisição de outras vacinas já autorizadas pela OMS [Organização Mundial de Saúde] em vários países", vincando ainda a importância da contratação de profissionais para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), seja em hospitais ou centros de saúde.

"Sem pôr em causa a necessidade de medidas excecionais numa situação excecional, a verdade é que o confinamento agressivo só por si não resolve o problema sanitário no País, com o inevitável 'para, arranca' que dele resulta", sustentou.

No âmbito da sessão pública, Jerónimo de Sousa alertou para as várias dificuldades sentidas particularmente por reformados e pensionistas, com rendimentos que "não permitem, à sua grande maioria, ter uma alimentação adequada", "a casa aquecida" ou até acesso a medicamentos.

"Uma realidade que fica particularmente exposta e agravada neste tempo de surto epidémico, em que aumentam as despesas com a compra de máscaras e gel para cumprir a etiqueta respiratória e, em que estão mais caros muitos produtos essenciais", acrescentou.

O líder comunista salientou que, no mês de fevereiro "foi pago o aumento extraordinário de dez euros, com retroativos a janeiro, a cerca de 1,9 milhões de reformados e pensionistas com pensões até 658 euros", uma "importante medida" e "conquista" do partido.

No entanto, Jerónimo apelidou como "inaceitável e injusta" a situação dos reformados com pensões acima dos 658 euros que ficaram excluídos, em 2021, deste aumento, criticando o atual "quadro de políticas de desvalorização das pensões".

Entre as reivindicações do PCP relativamente aos idosos, incluiu-se ainda o reforço de pessoal em infraestruturas de apoio, das equipas de Segurança Social - para que estas possam "responder adequadamente às necessidades das instituições particulares de solidariedade social" - ou ainda o alargamento do serviço de apoio domiciliário em pandemia.

"Todos nós sabemos que os impactos do confinamento na vida dos reformados, pensionistas e idosos são muito graves, particularmente em resultado das prolongadas situações de isolamento e solidão, privados do contacto e do convívio familiar e social. Em muitos casos as desigualdades sociais e situações de pobreza são vividas em solidão, agravando a sua saúde física e psicológica, já muito abalada", alertou ainda o secretário-geral.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.474.437 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.086 pessoas dos 799.106 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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