"O Governo está a atravessar um período de uma gritante insensibilidade social para vários setores de profissionais" e "este setor de cuidados de beleza emprega direta ou indiretamente cerca de 300 mil" pessoas, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com barbeiros, no Seixal, Setúbal.
O líder do CDS-PP quer que o Governo apresente "um plano de desconfinamento controlado, à inglesa", que defina "para os próximos três meses as regras que vão ser aplicadas em cada setor de atividade", e dê "previsibilidade, segurança e esperança a estas pessoas que estão a enfrentar verdadeiros dramas pessoais" porque "não têm rendimentos para pagar as suas despesas".
"Ou o Governo apresenta um plano de desconfinamento que lhes permita [aos barbeiros, cabeleireiros e esteticistas] retomar a sua atividade em termos controlados e com regras claras, ou tem que dar uma justa compensação por terem a sua atividade paralisada, coisa que hoje não está a acontecer", defendeu o presidente do CDS-PP, pedindo o reforço dos "apoios a fundo perdido para ajudar estes microempresários".
Rodrigues dos Santos considerou que os apoios atuais por parte do Estado "são insuficientes, altamente burocráticos, não estão a chegar à economia e os principais programas estão esgotados".
"Neste momento não há plano nenhum, isto é grave. As pessoas continuam na incerteza, na insegurança e não têm dinheiro para pagar as suas despesas nem para, muitas vezes, alimentar a sua própria família", alertou o líder centrista, defendendo que "se o Governo obriga os portugueses a não trabalhar, tem que lhes dar uma justa recompensação para ter uma vida familiar capaz de dar comida aos seus filhos, honrar os seus compromissos e ter como pagar as suas despesas".
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu também que "se as regras forem claras, se houver um plano que preveja um desconfinamento controlado, se o Governo tiver uma mensagem coerente para apresentar aos portugueses, se testar massivamente e se reforçar os rastreadores para interromper os contágios", Portugal poderá ficar "em condições de ter um desconfinamento como tiveram outros países e que têm a sua situação pandémica controlada".
"Mas tudo isso dependerá da capacidade do Governo para planear, prever, antecipar os acontecimentos desta pandemia e aprender com os erros cometidos no passado e não estar constantemente a repeti-los", acrescentou, reiterando que é necessário também definir dos indicadores de saúde pública que permitam iniciar o desconfinamento.
Em Portugal, morreram devido ao novo coronavírus 16.185 pessoas dos 801.746 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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