Num comentário, no parlamento, ao discurso de Marcelo, o secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, afirmou que a "parte mais importante" da cerimónia de hoje foi "o juramento solene feito perante os portugueses" de "cumprir, defender e fazer respeitar a Constituição".
Porque, justificou, um dos problemas do país é o não cumprimento da Constituição, e pode ser na lei fundamental que se podem encontrar respostas para a "situação económica e social" de Portugal, a braços com a crise causada pela pandemia de covid-19, desde há um ano.
"O grande desafio é encontrar na Lei Fundamental uma linha de rumo para ajudar o nosso pais a sair da situação em que se encontra neste momento", disse.
Jerónimo de Sousa apontou "omissões" no discurso de Marcelo, por ter falado de "descentralização" e não da regionalização", por ter falado das consequências sociais da crise, mas "não falou da valorização do trabalho e dos trabalhadores, particularmente dos seus salários".
Jerónimo secundarizou a questão da estabilidade política, levantada por Marcelo no seu discurso, e sublinhou que tão importante é a "estabilidade económica, social e na vida dos portugueses que precisam dessa estabilidade encontrar respostas aos problemas das suas vidas".
Para o líder dos comunistas, a prioridade deve ser também o combate aos efeitos da pandemia.
"As sequelas deste surto epidémico são profundas e precisam de respostas tão prontas e tão urgente como algumas da que foram encontradas para a resposta à epidemia", disse.
E desdramatizou o facto de a bancada do PCP ter-se levantado, mas não aplaudido, o discurso de Marcelo com "uma apreciação crítica" a algumas das suas posições, quer "na visão para o país" quer na política externa.
"Temos uma posição de respeito, mas não abdicamos do sentido sobre as palavras produzidas pelo senhor Presidente", disse.
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