A suspensão da vacinação com o fármaco da AstraZeneca, em vários países, e a sua retoma fizeram com que esta não fosse "uma semana brilhante para a Europa, antes pelo contrário". Paulo Portas fez, na noite de domingo, uma análise aos problemas que o imunizante de Oxford levantou desde a fase de desenvolvimento.
O comentador político recordou, no seu habitual espaço de comentário na antena da TVI, que a "AstraZeneca é a vacina que é utilizada em mais países do mundo" e isso deve-se, por um lado, "ao preço" e, por outro, "à rota do antigo império britânico".
Nos Estados Unidos da América, o problema que a Europa enfrentou na semana passada quanto à vacina de Oxford não se coloca porque "a AstraZeneca não está aprovada. Quando houve um problema de natureza científica com a vacina da AstraZeneca, os americanos cortaram cerce e duro". Já os europeus, "meteram-se numa ambiguidade que termina nesta coisa de 'um dia autorizo, no outro dia não autorizo', minando a credibilidade".
Em novembro, recordou o ex-líder do CDS, "depois de a Pfizer e de a Moderna terem revelado a efetividade das suas vacinas, acima de 90%, a AstraZeneca, que tinha sido líder potencial desta corrida durante muito tempo, atira-se para fora de pé e faz um anúncio que tem 90% de eficácia. Depois, descobre-se que, afinal, há uma efetividade de 62%, descobre-se que, por erro, uns receberam uma dose e outros receberam duas e descobre-se que durante os ensaios não havia número suficiente de pessoas idosas. Ora, o risco de pessoas idosas é superior e, portanto, os americanos não aprovaram".
Os americanos, revelou ainda o antigo vice-primeiro-ministro, pediram que fosse entregue um estudo científico que atestasse a eficácia do fármaco na população idosa, que será entregue em abril. Os problemas científicos deste imunizante, acredita o antigo governante, vão "dissolver-se quando os americanos receberem o tal ensaio".
"Basta haver um coro de pessoas a fazer ruído e a amedrontar os governos e estes entram em tal pânico, são tão frágeis, que não resistem a pressões que, neste caso, só podem ser de índole científica", apontou por fim, referindo-se à suspensão da vacina depois de terem sido reportados casos de fenómenos tromboembólicos após vacinação.
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