Numa pergunta dirigida ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, os sociais-democratas apontam que "os professores do ensino superior têm uma média etária bastante elevada: 15% têm mais de 60 anos e 63% têm entre 40 e 60 anos".
O PSD salienta ainda que o plano atual, que prevê "vacinar cerca de 280 mil professores e funcionários das creches ao ensino secundário", deixa "de fora quem trabalha nas universidades e institutos politécnicos", o que tem levado a críticas por parte dos sindicatos.
"Ora se o senhor ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, na comunicação que dirigiu às instituições de ensino superior, no passado dia 19 de março, defendeu a importância de valorizar o ensino presencial e sublinhou que no ensino superior há aulas práticas, há turmas de grandes dimensões e há manipulação de instrumentos nas aulas de laboratório, há que criar as melhores condições para que possa ser retomado o ensino presencial a partir de 19 de abril", sustentam os deputados.
Neste contexto, o grupo parlamentar 'laranja' pretende saber junto do executivo de António Costa "quais os fundamentos para a exclusão dos professores, investigadores e restantes funcionários do ensino superior do plano de vacinação prevista para o pessoal docente e não docente do ensino dos outros níveis de ensino".
Os profissionais do ensino pré-escolar e 1.º ciclo, vão começar a ser vacinados este fim-de-semana, e a vacina contra a covid-19 vai chegar aos outros níveis de ensino à medida que forem desconfinando.
A 'task force' esclareceu hoje que a inclusão do grupo de professores, investigadores e restantes funcionários do ensino superior nos grupos prioritários da vacinação contra a covid-19 não se enquadra atualmente nas atividades de planeamento para o plano de vacinação.
Este esclarecimento da 'task force' surge depois de uma fonte desta estrutura ter dito hoje que a inclusão destes profissionais estava a ser analisada.
Os sindicatos que representam os trabalhadores do ensino superior têm criticado, precisamente, o facto de também trabalharem em escolas, que irão retomar o ensino presencial a 19 de abril, mas não pertencerem aos grupos prioritários de vacinação.
No dia 23, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse que o plano de vacinação contra a covid-19 "é para ser cumprido" e que os professores do ensino superior "não devem passar outras prioridades".
O plano, que passou este mês a incluir nos grupos prioritários de vacinação o pessoal das creches, pré-escolar, ensino básico e secundário, prevê a vacinação de cerca de 280 mil funcionários escolares, numa ação que começa este fim-de-semana e que será retomada nos dias 10 e 11 de abril.
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