Mariana Silva, deputada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), defendeu, esta terça-feira, que se escolas conseguem ser "espaços seguros" no que diz respeito à crise sanitária também poderão ser todos os restantes locais.
"Se as escolas são espaços seguros, se têm planos, regras de higienização e são capazes de se tornarem locais onde é possível viver o dia-a-dia com normalidade, ainda que com regras de segurança, então vamos aplicar também essas medidas nos locais de trabalho, teatros, transportes públicos, centros de saúde e todos os espaços onde todos temos de andar", argumentou a parlamentar, após ter estado reunida com o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.
A parlamentar revelou também que, na reunião com o chefe de Estado, Os Verdes reiteraram a sua posição contra uma nova renovação do Estado de Emergência.
Da continuação do desconfinamento à vacinação "a passo de caracol"
Sobre a informações apresentadas esta manhã na reunião do Infarmed, Mariana Silva referiu que os números da Covid-19 "são positivos" em Portugal e que há condições para passar à próxima fase de desconfinamento "em segurança", referindo que o Presidente da República tem a mesma posição.
"O senhor Presidente da República também disse que se considera que os números apresentados hoje no Infarmed são positivos e podemos continuar neste processo de desconfinamento que já estava planeado", afirmou a deputada.
Questionada se na reunião com o Presidente da República foi abordada a possibilidade de o desconfinamento não avançar da mesma forma em todo o país, a parlamentar disse que esse tema não foi abordado.
"Há aqui um caminho que tem de ser feito da parte do Governo, o Governo tem um Orçamento do Estado para pôr em prática os cuidados necessários e condições para realizar um desconfinamento em segurança, quer seja por regiões ou delimitando alguns concelhos", considerou.
À pergunta se Marcelo Rebelo de Sousa deu alguma indicação de que esta será a última renovação do Estado de Emergência, a deputada do PEV respondeu negativamente.
"Não, disse apenas que vamos esperar pelos números e resultados dos próximos 15 dias para perceber se este será o último ou não", disse.
Mariana Silva sublinhou ainda a importância de "testar, rastrear e isolar os casos positivos" e acelerar o processo de vacinação, que consideram estar a decorrer "a passo de caracol", defendendo a compra de vacinas a outros fornecedores para lá dos acordados a nível da União Europeia.
O Presidente da República encontra-se a ouvir hoje os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência até ao final de abril.
O atual período de Estado de Emergência - quadro legal que já foi decretado 14 vezes no atual contexto de pandemia de Covid-19 - termina às 23h59 de quinta-feira, 15 de abril. Uma próxima renovação por mais 15 dias irá vigorar entre 16 e 30 de abril.
A Assembleia da República tem agendado para a tarde de quarta-feira o debate sobre o pedido de autorização de renovação do Estado de emergência.
Importa recordar que o plano de desconfinamento do Governo prevê novas etapas de reabertura em 19 de abril e 3 de maio, mas as medidas poderão ser revistas em função do índice de transmissão (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e do número de novos casos diários de infeção por 100 mil habitantes em Portugal.
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