PSD defende que deve ser travado "o desconfinamento global no país"
Marcelo Rebelo de Sousa recebe esta tarde os partidos com assente parlamentar, no âmbito da renovação do Estado de Emergência.
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Política Covid-19
O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu, esta terça-feira, que o país não deve continuar a avançar no plano de desconfinamento à mesma velocidade.
"Aquilo que entendemos que deve ser feito é, em primeiro lugar, não continuar o desconfinamento global no país. Não o fazer naqueles concelhos que estão com os indicadores de risco mais elevados e nos concelhos que têm fronteira com esses concelhos", considerou o dirigente social-democrata, em conferência de imprensa, a partir da sede do PSD no Porto, após ter estado reunido com o Presidente da República por videoconferência.
Rui Rio recomendou também que estes concelhos, mais afetados pela pandemia, só deveriam avançar no plano desconfinamento quando os "indicadores de risco estivessem num plano aceitável".
"Caso contrário se não travarmos aí, daqui por um mês ou dois vamos ter de travar o país todo outra vez. Portanto, considero que seria prudente não desconfinarmos tudo", alertou.
De uma melhor testagem nas escolas à aceleração da vacinação
O líder do PSD aproveitou ainda para deixar um recado ao Governo no que diz respeito à vacinação nas escolas: "O Governo tem de fazer um maior esforço em termos de testagem. A testagem, apesar de tudo, não tem corrido da melhor maneira, designadamnete, nas escolas, que, como todos já percebemos, são elementos absolutamente nevrálgicos no controlo do contágio".
Rui Rio apelou também para que o Governo faça "os testes como devem ser feitos" e num passo mais acelerado para que se possa minorar o risco de infeção, nestes locais, e realizar "o rastreio, bem feito, inerente aos casos detetados".
O presidente social-democrata sublinhou também que a continuação do "controlo dos aeroportos é absolutamente vital". Lembrando os dados partilhados pelos especialistas esta manhã na reunião no Infarmed, Rui Rio focou que a variante da África do Sul "é muito mais perigosa" do que as restantes formas do novo vírus e que é preciso garantir a não propagação desta estirpe no país.
"[Esta variante] Está controlada, neste momento, [em Portugal], mas só continuará controlada se os aeroportos continuarem a ser muito bem fiscalizados", avisou.
Sobre a vacinação contra a Covid-19 no país, Rui Rio admitiu que o processo "melhorou relativamente àquilo que era a situação há uns meses", mas recordou que o ritmo da administração das vacinas continua aquém do estipulado.
"Houve diversos problemas na Europa e em Portugal que atrasaram a vacinação, agora o que se pede é que se acelere ou, pelo menos, que se cumpra o novo plano e que na primeira semana de junho se tenha todas as pessoas com mais de 60 anos vacinadas em Portugal", precisou ainda o dirigente.
"Confiamos plenamente naquilo que o Presidente da República quer fazer"
Confrontado sobre se espera, como Marcelo Rebelo de Sousa, que a próxima renovação do Estado de Emergência seja a último, Rui Rio lembrou que a posição do PSD, desde o início da pandemia, tem sido sempre a "de não obstaculizar para que o Governo tenha todos os meios necessários" para combater a Covid-19.
"Não era aceitável que tivessem de ser tomadas medidas e que nós [PSD] retirássemos ao Governo a possibilidade de as tomar. Era contra o interesse nacional", argumentou.
Ainda sobre a matéria, o presidente do partido 'laranja' reiterou toda a confiança na avaliação do Chefe de Estado.
"Mal seja possível não haver um Estado de Emergência penso que o Presidente da República é o primeiro interessado nisso e é o primeiro a defender isso. Portanto, nós [PSD] confiamos plenamente naquilo que o Presidente da República quer fazer e apoiamos".
E acrescentou: "Se da próxima vez for necessário, será. De já não for, tanto melhor. Pode ser que da próxima vez já não seja [preciso declaração da renovação do Estado de Emergência], se tivermos confinamentos localizados, (...) o que seria desejável".
O Presidente da República encontra-se a ouvir hoje os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência até ao final de abril.
O atual período de Estado de Emergência - quadro legal que já foi decretado 14 vezes no atual contexto de pandemia de Covid-19 - termina às 23h59 de quinta-feira, 15 de abril. Uma próxima renovação por mais 15 dias irá vigorar entre 16 e 30 de abril.
A Assembleia da República tem agendado para a tarde de quarta-feira o debate sobre o pedido de autorização de renovação do Estado de emergência.
Importa recordar que o plano de desconfinamento do Governo prevê novas etapas de reabertura em 19 de abril e 3 de maio, mas as medidas poderão ser revistas em função do índice de transmissão (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e do número de novos casos diários de infeção por 100 mil habitantes em Portugal.
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