O Grupo Parlamentar do PCP voltou, esta quarta-feira, a questionar o Governo sobre o encerramento de fronteiras e as consequências que esta medida está a ter na região do Alto Minho.
Numa carta dirigida ao Ministério da Administração Interna, os comunistas referem um conjunto de denúncias e insatisfações com esta situação, designadamente as longas filas ontem verificadas no ponto de passagem Valença-Tui, no qual a fila para entrar em Portugal atingiu vários quilómetros, de acordo com a informação que chegou ao Grupo Parlamentar do PCP, sendo que a passagem pelo controlo do SEF demorou uma média de duas horas.
Os deputados do PCP contam ainda que receberam relatos de trabalhadores que esperaram hora e meia na fila, não conseguindo cumprir o seu horário de trabalho.
"Esta situação causa profundos prejuízos à região do Alto Minho e gera situações insustentáveis para os trabalhadores portugueses que têm que atravessar a fronteira para trabalhar, mas também para os micro, pequenos e médios empresários da região", sustenta o grupo parlamentar em comunicado.
Recorde-se que o PCP tem insistido na necessidade do Governo definir medidas e apoios para retomar a atividade económica em segurança, bem como apoios a todos os atingidos pela epidemia.
A interpelação do PCP ao Ministério da Administração Interna surge depois de, esta quarta-feira, o primeiro-ministro ter afastado o levantamento para breve das restrições de circulação nas fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha.
António Costa afirmou que essa decisão será tomada apenas quando os dois países concluírem estarem reunidas as condições de segurança.
"Como se sabe, Portugal está num processo de desconfinamento, mas é um processo de desconfinamento a conta-gotas, em que cada dia temos de medir a evolução da pandemia de Covid-19", alegou.
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