Na sessão solene comemorativa do 47.º aniversário do 25 de Abril de 1974, que decorre esta manhã no parlamento, de novo em formato reduzido devido à pandemia, o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, afirmou, mais do que uma vez, que os liberais estarão esta tarde na Avenida da Liberdade para celebrar esta data, depois de uma semana de polémica com a comissão promotora do desfile.
"Queremos celebrar uma data da qual ninguém se pode apropriar. A esquerda sectária, do alto da sua arrogância moral e intelectual, acha que é dona do 25 de Abril. E a direita ambígua permite-o por falta de comparência. A iniciativa Liberal diz presente", enfatizou, referindo-se ao desfile próprio que os liberais vão manter.
Na perspetiva dos liberais, "cada vez mais portugueses estão descrentes na democracia e desconfiam da liberdade" e "têm razão", desde os mais pobres aos mais jovens.
"Portugueses de todas as idades sentem que o sistema lhes está a falhar. Têm razão. Ninguém é responsabilizado por atos de incompetência, negligência ou compadrio, enquanto a justiça é lenta e parece estar sempre ao lado dos poderosos", condenou.
João Cotrim Figueiredo apontou ainda o dedo aos "partidos do costume" que "repartem entre si pequenos e grandes poderes" e aos problemas no acesso universal à saúde e à educação.
"Têm razão. Há milhares de milhões para enterrar na TAP, mas aqui d'El-Rei que não há dinheiro quando se trata das funções essenciais do Estado ou de baixar o nível recorde de impostos", criticou.
Voltando no final do discurso ao desfile na Avenida na Liberdade, o também presidente do partido liberal considerou "não podia haver maior contraste entre a alegria, a exigência e a abertura dos liberais e a tristeza, a resignação e a exclusão da esquerda sectária".
"Os liberais com os olhos no futuro, a esquerda sectária agarrada ao passado. Logo à tarde, os liberais vão estar na Avenida da Liberdade a celebrar o 25 de Abril com os olhos postos no futuro de um Portugal melhor", enfatizou.
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