"Não faz sentido continuar com o estado de emergência, porque já, o dissemos, não é o estado de emergência que nos protege da doença, é sim testar, isolar, rastrear e vacinar para ficarmos com uma imunidade que nos proteja nos próximos tempos", afirmou a deputada do PEV Mariana Silva aos jornalistas, depois do encontro entre especialistas e políticos, no Infarmed, em Lisboa.
Esta é também a posição que os Verdes dizem ir defender na conversa, por telefone, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa sobre a situação epidemiológica do país e o estado de emergência.
O PEV, assim como o PCP, tem votado, no parlamento, contra a renovação do estado de emergência nos últimos meses.
A deputada Mariana Silva disse ainda esperar que o desconfinamento continue "na forma como estava a ser pensado", entrando "já na sua última fase" e que se continue a trabalhar "para ajudar os portugueses a ultrapassar esta fase da pandemia".
Porque, sublinhou, a epidemia "ainda não passou, a vacinação de todos os portugueses ainda não está feita".
Para os Verdes, "é necessário continuar a reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com as verbas do Orçamento do Estado" para, "em caso de haver um recuo", se possa "dar as respostas necessárias e de forma eficaz".
É preciso, continuou, "apoiar as empresas, proteger os postos de trabalho", ajudar as micro, pequenas e médias empresas (MPME) para que "se possam manter" e desburocratizar os apoios sociais, que "são muito importantes".
O Presidente da República vai falar ao país hoje, pelas 20:00, depois de ouvir os partidos sobre o possível fim do estado de emergência, que já disse esperar que terminasse no fim deste mês.
Há 20 dias, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o estado de emergência não voltasse a ser decretado para além de abril e que se pudesse entrar numa "boa onda" em maio, o que fez depender dos dados da covid-19 em Portugal.
A última etapa do plano de desconfinamento do Governo está prevista para a próxima segunda-feira, 03 de maio.
Portugal regista hoje cinco mortes atribuídas à covid-19, 353 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e uma nova redução do número de internamentos em enfermaria e cuidados intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim da DGS estão hoje internados em enfermaria 346 doentes, menos 19 em relação a segunda-feira, e 86 em unidades de cuidados intensivos, menos cinco.
Desde o início da pandemia Portugal já contabilizou 834.991 casos confirmados e 16.970 óbitos.
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