Demissão? CDS-PP "é um partido náufrago", responde ministro
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse hoje que o CDS/PP é "um partido náufrago", em reação ao pedido de demissão feito pelo presidente do partido.
© Governo - João Bica
Política MAI
"Coitado do CDS. É um partido náufrago. Estamos aqui para salvar os portugueses, não podemos ajudar um partido náufrago", disse aos jornalistas Eduardo Cabrita à margem da cerimónia de entrega de uma nova lancha da GNR.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu hoje a demissão de Eduardo Cabrita e uma audiência ao Presidente da República, após ter sido aceite a providência cautelar interposta por proprietários de casas no complexo turístico Zmar, no concelho de Ode ira, que foi alvo de requisição civil para alojar trabalhadores migrantes, numa medida destinada a conter um surto de covid-19 no concelho.
Numa nota enviada aos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos começa por referir que "o Supremo Tribunal Administrativo acaba de suspender a requisição civil decretada pelo Governo, o que dá razão ao que o CDS-PP sempre defendeu".
O presidente do CDS-PP diz-se escandalizado "com mais um ato de incompetência grosseira de Eduardo Cabrita" e "exige a sua demissão, por há muito tempo entender não estarem reunidas as condições para que se mantenha em funções".
Eduardo Cabrita afirmou hoje que já está a ser preparada a contestação à providência cautelar que suspende a requisição civil das casas do complexo Zmar, adiantando que o Ministério não foi ainda notificado sobre os efeitos dessa providência cautelar.
"Não há nenhuma notificação. O fundamental é a defesa dos direitos humanos e nós vamos continuar a garantir a saúde dos portugueses", afirmou Eduardo Cabrita.
O advogado dos proprietários das casas do complexo Zmar, no concelho de Odemira, que interpôs este procedimento disse que o Supremo Tribunal Administrativo admitiu hoje a providência cautelar, levando a que seja suspensa temporariamente a requisição civil do complexo turístico.
Segundo o ministro, quando o Governo for notificado da decisão do tribunal "analisará e fará o habitual, sendo que os serviços jurídicos da presidência do conselho de Ministros já foram instruídos para preparar uma resolução fundamentada que garanta a manutenção" dos imigrantes no complexo.
Um total de 49 imigrantes que trabalham na agricultura no concelho de Odemira, no distrito de Beja, todos com testes negativos para o novo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, foram realojados, tendo uns sido colocados no Zmar e outros na Pousada da Juventude de Almograve, na quinta-feira de madrugada.
As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura na região.
Na altura, o Governo determinou "a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional", da "totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes" que compõem o complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve, para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático".
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