"Eu não me pronuncio sobre os candidatos escolhidos pelos outros partidos. Como sabe, a Suzana Garcia foi indicada pelo PSD", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, o líder centrista foi questionado sobre a concelhia do CDS da Amadora ter aprovado a constituição de uma coligação com o PSD para a candidatura de Suzana Garcia ao município, no distrito de Lisboa, nas próximas eleições autárquicas.
"A mim cabe-me pronunciar-me sobre os candidatos do CDS que integram uma determinada coligação com o PSD, e é sobre esses que me vou pronunciar quando o processo chegar à direção do partido. Neste momento está na concelhia, vai ascender à distrital, que tem que emitir parecer, e só depois chegará à direção do partido", defendeu, recusando comentar se Suzana Garcia é uma boa candidata para liderar uma coligação entre PSD e CDS.
Francisco Rodrigues dos Santos assinalou que "o CDS tem órgãos próprios do partido, nomeadamente locais, que se devem pronunciar sobre o mérito de cada candidatura".
"Nós enquanto partido institucional, vamos avaliar e respeitar naturalmente a opinião que nos for veiculada por quem, em cada terra do país, tem um conhecimento mais aprofundado sobre a melhor estratégica que o partido deve seguir", defendeu.
Em comunicado divulgado na terça-feira, o CDS-PP da Amadora considerou que Suzana Garcia é alguém "independente, sem amarras, sem medo de cortar a direito e com outra ambição" para o concelho.
A candidata do PSD à Amadora é advogada e foi comentadora da TVI, onde manifestou posições polémicas como o apoio à castração química para pedófilos reincidentes, que tem sido defendida em Portugal pelo partido Chega e não tem o acordo do PSD.
Na conferência de imprensa, o presidente do CDS-PP foi questionado também sobre a candidatura autárquicas em Lisboa, tendo recusado um atraso na apresentação dos candidatos que integrarão a lista encabeçada por Carlos Moedas à câmara, argumentando que, na sua liderança, o partido vai "discutir primeiro ideias e projetos à frente das pessoas" e que "o tempo em que se discutiam primeiro os lugares e só depois as ideias e a proposta política para as cidades acabou".
"Até por uma razão simples, porque nós depois queremos adequar os perfis dos candidatos às áreas chave e às ideias âncora de cada candidatura", defendeu, apontando que "no tempo próprio" os nomes serão divulgados "sem qualquer tipo de tibieza nem desconforto".
E estimou que "no próximo mês saber-se-á quem são esses candidatos do CDS".
As eleições autárquicas ainda não têm data marcada pelo Governo, mas, segundo a lei, terão de realizar-se entre 22 de setembro e 14 de outubro.
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