PAN quer ouvir hacker na CPI: "Quem tem medo de Rui Pinto?"
Partido diz que há, "no Parlamento", quem "não queira que aconteça" a audição ao hacker: "Há partidos que, aparentemente, não querem que Rui Pinto seja ouvido, porque deve ter informação mesmo muito, muito importante".
© Global Imagens
Política Rui Pinto
"Quem tem medo de Rui Pinto?" Esta é a questão levantada, esta quarta-feira, pelo Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que pretende ouvir o alegado pirata informático na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) relativa ao Novo Banco. Contudo, diz o PAN, há, "no Parlamento", quem "não queira que aconteça".
Nas redes sociais, o partido reiterou, esta manhã, que "quer ouvir Rui Pinto na Comissão de Inquérito às perdas do Novo Banco por possíveis documentos que provam desvios do BES Angola".
Para André Silva, citado na mesma nota, "há claramente manobras e expedientes dilatórios para não ser ouvido", acrescentando o porta-voz do PAN que "há partidos que, aparentemente, não querem que Rui Pinto seja ouvido, porque deve ter informação mesmo muito, muito importante".
Assim, o partido vem reiterar a sua vontade de ouvir o hacker: "Mas sim. Rui Pinto deve ser ouvido no Parlamento. Sem medos (nossos, pelo menos) e com a máxima urgência".
Já ontem, no Twitter, o próprio Rui Pinto fez um post onde comentou o 'caso' que envolve a sua eventual chamada à CPI. "Os crimes ocorridos no BESA, tiveram e têm ainda consequências. A verdade não pode ser enclausurada", considerou.
E deixou no ar duas perguntas. "Será que alguns elementos da CPI não querem saber o que eu tenho para dizer? Será que os contribuintes não têm o direito a saber o que andam a pagar, a quem, e porquê?"
Os crimes ocorridos no BESA, tiveram e têm ainda consequências. A verdade não pode ser enclausurada.
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) May 18, 2021
Será que alguns elementos da CPI não querem saber o que eu tenho para dizer?
Será que os contribuintes não têm o direito a saber o que andam a pagar, a quem, e porquê?
Recorde-se que, em outubro de 2019, Rui Pinto escreveu - também no Twitter -, uma mensagem onde afirmava que o "desvio concreto [no BES] ultrapassou os 600 milhões". Foi esta declaração que levou ao pedido de audição.
"Apesar de eu ter conseguido compilar diversa documentação, incluindo extratos bancários, que demonstram, entre outros, a criação de empresas meramente instrumentais, depósitos fictícios, e transferências bancárias para offshores como as Ilhas Virgens Britânicas e as Seychelles, o Ministério Público preferiu ignorar todas essas provas esclarecedoras, e que poderiam ajudar a fazer justiça", revelou ainda, na altura.
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) October 11, 2019
Já em janeiro deste ano, um grupo de advogados pediu ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e ao presidente da comissão de inquérito ao Novo Banco, Fernando Negrão, que Rui Pinto não seja ouvido no Parlamento, por considerarem que é uma violação da Constituição.
"Não permita que seja violada a Constituição ao admitir como prova no Inquérito Parlamentar sobre o Novo Banco aquela que foi obtida com acesso criminoso aos sistemas informáticos de advogados, magistrados e instituições públicas e privadas", pode ler-se na carta do Forum Penal - Associação de Advogados Penalistas.
A convocatória de Rui Pinto para a CPI será discutida, avança o Expresso, esta quinta-feira, dia 20 de maio.
Sucedem-se as tentativas de me tentar silenciar e impedir que eu seja ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito. Alguns senhores têm medo! Muito medo!https://t.co/y7YnJy0XeM pic.twitter.com/HknDnjRT11
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) January 29, 2021
Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes no caso 'Football Leaks': 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do 'Football Leaks' encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
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